___ELE TINHA FOME___

Augusto caminhava entre os pedestres como uma sombra

a vagar.

Com as vestes rasgadas, cabelos sujos e desalinhados era

uma das muitas faces que a sociedade recusava a olhar.

Em seus pensamentos lembranças vinham num turbilhão

de emoções deixando seus olhos rasos de lágrimas.

Nestes momentos ele sentia a saudade açoita-lo e como

doia....

A dor emocional era tão real que seu corpo se envergava.

Arrastando os pés machucados e sujos ele se encostou numa

parede.

O suor lhe escorria pela face, o estomago doia terrivelmente e

sua cabeça girava feito carrosel.

Neste momentos ele ria das lembranças que o levavam a infancia

feliz no sertão.

O corpo judiado e massacrado pelas mazelas existenciais fora per-

dendo a vitalidade, o viço da vida e ele tombou..

Algumas pessoas pararam para acudir o pobre homen, enquanto

outras desprendiam tempo e energia com comentarios maldosos.

Certo senhor o olhou desconfiado e foi dizendo,

- Bah!! que barbariedade o sujeito se drogou até a morte...

- O juventude desperdiçada.....

E a alma do sujeito que ainda estava ao lado do corpo suspirou...

- Ahhh senhor como me julgas....

- Se eu tinha fome e o alimento me foi negado....

O homem sentiu arrepios e saiu se benzendo e maldizendo a sorte

daquele rapaz.

-Morgana Glaciotto-

MORGANA GLACIOTTO
Enviado por MORGANA GLACIOTTO em 11/03/2010
Código do texto: T2133061
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