Batizavam-se a quantas águas jorrassem sal em suas testas.
Recriavam-se todas as vezes em que se matavam, ao despertar de mais uma decepção.
Inventavam paixões desenfreadas, traições que só existiram na letra e no
lápis, fiéis servos de toda recorrente Inspiração.
Ovacionavam o desempenho dos seus Personagens , dos quais também eram Autores e Diretores de Produção.
Não encontravam tempo para responder cartas e mensagens que escreviam para si mesmos. Mas (a tempo) consigo mesmos desculpavam-se.
Desligavam  telefones com medo de que nunca tocassem. 
Produziam o Bem, o Mal, o Amor e a Morte, nas espumas dos seus travesseiros e dos seus lençóis, na infinita Solidão dos seus papéis.

Assim nasceram, casaram-se e foram Felizes para Sempre, até o dia em que o Mundo do Real sobre eles desabou.

Agora digam-me, Poetas e Escritores, em qual dos nossos mais belos Versos e Contos de Amor, algum de nós acreditou ?
ZZZ
Enviado por ZZZ em 15/02/2010
Reeditado em 17/04/2010
Código do texto: T2088623
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