Alzheimer: uma história de amor
 
- Uma vaga lembrança do que passou.

- Será que aconteceu mesmo? Momentos inesquecíveis perdidos no tempo - outrora vividos - momentos esquecidos.

- Tenho a certeza de que foram maravilhosos. Não sei como aconteceram.

- Qual mesmo o seu nome e de onde eu te conheço? Você me parece familiar.

- Tenho muito amor no coração: sou a sua companhia das horas incertas e de todo o sempre. A pessoa que te conheceu há cinquenta anos. Você era a mais bela de todas as suas amigas, lembra?

- Sim!

- Nos meus pensamentos tenho apenas a imagem de uma pessoa muito especial e sincera; que me acompanhou por muitos caminhos. Compartilhamos maravilhas e tristezas, mas ele se foi.

- Quem é você mesmo?

- Sou o seu amor, a sua paixão desmedida. O pai dos teus filhos.

- Sim, sim, sim!

- Agora lembro!

- De que é mesmo que estamos falando?

- Do nosso amor, dos nossos instantes preciosos.

- Sei!

Daquele que se foi e me deixou aos prantos. Já não lembro mais dos detalhes.

- Era inesquecível e jamais terei um alguém tão especial ao meu lado.

- Outro dia contemplava as ondas do mar. As espumas na areia e o sabor nos lábios refrescavam-me a memória.

- Caminhávamos sempre juntos ao entardecer e o pôr-do-sol nos presenteava com o céu alaranjado. Sei de tudo, mas não lembro muito bem de você.

- Quem é você mesmo?

- Sou o teu amigo, o teu irmão, sou o teu amor.

- Agora sei quem você é.

- Em teus braços contava as estrelas e como foi o dia. Não diga mais nada; apenas me ame como da última vez, pois posso não lembrar-me do que passou.

- É tudo tão confuso: o tempo parece parar. Num estalar de dedos esqueço e não recordo de mais nada; noutro trago a mais doce lembrança.

- Estarei contigo, não se preocupe. Até mesmo nos momentos em que não souberes mais quem eu sou?
- Estarei ao teu lado e amarei você pra sempre.

- Eu te amo!

Pequeno diálogo baseado em fatos da vida real. Dedicado a todas as pessoas que possuem ou convivem com alguém que tenha perda de memória. Característica do Alzheimer. Quem possui, jamais deve ser esquecido. Trate-a com carinho, afeto e muito amor.

Deixo um pequeno jogo para exercitar a memória, recebido em um daqueles e-mails coletivos. É muito simples, basta clicar nos círculos claros, para que eles fiquem escuros, formem uma barreira e impeçam que o gato fuja. É divertido, distrai e exercita o cérebro.
Inicie clicando na imagem acima ou link: http://www.gamedesign.jp/flash/chatnoir/chatnoir.swf


Recomendo o site da ABRAZ (Associação Brasileira de Alzheimer):
 


(Imagens: ABRAz e gamedesign)