O Menino e o Fantasma.
Um fantasma na gruta da colina
Muito longe da cidade
Da crueldade
E da corrupta sociedade
Assusta o menino
Inocente,
Carente
Que cansado da rua
Seguiu o clarão da lua
Até o pico
Onde o horizonte
É uma ponte
Que nos leva longe.
Embalado pelos sonhos e fantasia
Mesmo sem ter motivos
Se embriaga de alegria
Ali,
Naquele fim de mundo
Num silencio profundo
Onde só ouve ruído dos ventos
E barulho de animais
Queria ficar a sós
E meditar sua vida
Apesar de pouca,mas tão sofrida.
Quando de repente
Um susto
Um vulto
Aparece.
O menino empalidece
Mas uma voz encoraja
Sou teu amigo
Estou contigo
Também vim de lá
Há muitos e muitos anos atrás.
Era ele
Aquele
Que sumiu
E nem se despediu
Mas também de quem?
Não tinha ninguém.
As pessoas comentavam
Do menino que sumiu
Mas coitado
Não tinha nome
E muito menos sobrenome
Era um perdido
Deve ter morrido
Melhor para o pobre
Assim não sofre.
O menino sentiu afinidades
E o abraçou forte
Como se a sorte
Tivesse batido pela primeira vez em sua porta
E ali ficaram amigos e companheiros
Brincavam e sorriam o dia inteiro
O menino aprendeu a conviver com os animais
E fazer todo trabalho
E o homem a jogar baralho
E cuidar da higiene.
O Sem Nome conheceu Luciene
Cabocla sofrida
Pela realidade da vida
Sofria,mas não se abatia
Tinha muito amor.
E assim sucedera
Naquela montanha
Não tinha mais um fantasma
Mas uma família feliz.