O Fantasma e o Banheiro
Já era madrugada, meu relógio marcava um pouco mais de duas horas, quando fui ao banheiro, um simples e comum ato, que faço quase todas as noites, mas naquele dia, algo diferente parecia estar me aguardando fora do meu quarto, e de fato, me aguardava.
Andando pelo corredor, tudo parecia normal, tudo em seu devido lugar, a luz da lua entrava pelos vidros acima das janelas e iluminava o caminho até o banheiro; a noite se fazia suave e amena, silenciosa e singela.
Depois que entrei no referido local, tudo continuava normal, fiz o que precisava e, ao lavar minhas mãos e olhar para o espelho, que também refletia uma parte do corredor, fiquei estático, imóvel como uma estátua, uma sensação de frio subiu-me a coluna e meus olhos fixaram naquele contorno na quase escuridão iluminada apenas pela lua: era uma pessoa, parada, me olhando como se aguardasse para acompanhar-me, ou como se quisesse contar-me algo.
Foram poucos segundos antes que eu piscasse e ele sumisse, porém suficientes para me dizer que não era uma ilusão, nem algo parecido; talvez fosse um ancestral vendo a continuação de sua linhagem, talvez uma alma vagando e procurando por um amigo, talvez um andarilho perdido nesse mundo, buscando um rumo, quem sabe...