BRIGITTE - UM CONTO DE NATAL, (III PARTE)
III
Chamada, a um particular, pelo Administrador da Casa, a Madre fora advertida do estado em que se encontrava a prima, em seguida a conduziram até Brigitte, no atravessar dos cômodos a Superiora olha todos os ambientes da casa e seus habitantes, deixando transparente o ar de indiferença, o que deixava a todos em sentimento de timidez. Pelo corredor de acesso às dependências interiores o cheiro forte que exalava do quarto de Brigitte se impregnava em tudo e a incomodava, sobremaneira -, Os demais ou estavam acostumados ou vibravam em outra faixa, visto que o odor nauseabundo já não lhes perturbava. Seguiam os passos da Madre prestativos e cuidadosos com àquela vista.
Ali e acolá incensos fumegavam na tentativa de neutralizar os odores. A chegada ao quarto foi bastante desconcertante à porta Angelina, estancou, estarrecida. Admirando-se com horror do estado da prima. Brigitte pressentindo as presenças em sua cercania direciona as vistas em direção das vozes sussurrantes, e tão conhecidas, dos obreiros. Angelina, desde, da porta pronuncia o nome da prima. A entonação da voz que já se fizera desconhecida chega aos ouvidos da enferma. Com certa agitação interior buscando identificar o chamado a doente com dificuldade remexe-se e o cheiro tornou-se ainda mais nauseante. A Madre retira um lenço do bolso do hábito e tapa o nariz. Tomada de certa emoção dar meio passo à frente e desiste do intento de se aproximar da prima. Volta-se para os trabalhadores fita-os sem nada dizer-lhes, e segue em direção ao corredor por onde caminha a passos largos em direção à saída da instituição, visivelmente tomada de asco.
O pessoal tentando ser gentil e desfazer todo um constrangimento, em virtude do parentesco perguntam-lhe: “Madre, que recomenda a senhora para que façamos a sua prima?” Lembrado-se, ela, de alguns comentários que ouvira sobre a prima, tomados a conta de verdadeiros diz como resposta do que lhe fora perguntado: “É tarde, agora! Por certo ela deveria ter feito como eu fiz em toda minha vida para não chegar a isso! Quanto ao que vocês devem fazer, enterrá-la, porque ela está de toda podre!” Os obreiros, não se sabe por qual fenômeno, não registraram as palavras ditas pela Madre, que saiu às pressas cheia de repugnância e algo de cólera lhe transparecia no semblante.
Um forte perfume, de indizível fragrância, encheu o ambiente – Como que inebriados pelo agradável aroma de natureza sobrenatural, serenos se encaminham cada um de volta as suas atividades. Enquanto a moribunda naqueles momentos era desentranhar do corpo físico deixando-se ser conduzida pelos anjos da morte.
Milagre, milagre! O grito de Ana Tereza, uma das obreiras ecoa se fazendo ouvir por todos!
Milagre, todos repetiam uns para os outros e de si para si mesmo, visto que não havia explicações plausíveis que pudesse ser aferida àquele acontecimento.
O corpo antes fétido, de face desfigurada pelas feridas, milagrosamente, foi reconstituído e exalava àquele perfume sobre natural e tranqüilizador. O corpo perfumoso, com tonos de vida extrafísica foi baixado à cova numa tarde amena de outono, todavia, no campo cujo qual fora sepultado os ares se tornaram primaveril.
Sobre a sepultura semanas mais tarde entre a gramínea que ali nascera flores distintas das encontradas na região começaram a brotar – Curiosos e estudiosos eram freqüentes ao lugar, por mais que retirasse a vegetação que se alastrava por sobre a sepultura, essa se renovava como por encanto. As flores aromatizavam escandalosamente! E quantos lhe diziam curativas, atribuindo-lhes a cura de diversas enfermidades.
PS. (continua)