O Circo
A imensa lona alaranjada e lilás repousava suja e velha no baú, na carroceria do velhíssimo caminhão. Perderam a conta de quanto tempo atravessavam este infinito sertão. Raríssimas cidades. Nenhum vintém. O velho leão africano, a principal atração, bramia faminto na jaula. Estavam todos famintos. O sertão não tinha fim e nem vintém. Acabou se a última gota de petróleo. Na imensidão deserta do sertão acabou se a esperança e o circo. Comeram o leão, com exceção do homem que engolia raio laser, que padecia de uma indigestão.