Odores da gratidão.
Nunca fora tão amado quanto naquele dia. O homem que morava nas ruas nunca viu tamanha beleza em sua frente. Não acreditava naquela cena, pensava que estava mais bêbado de costume, pensava que era um presente de Deus, pensava mil possibilidades. Ela sorria, lhe estendia a mão e o chamava para ir com ela. Ele sentia-se amado, salvo, jovem, vivo. Jamais o encontraram de novo no beco. Pensaram e pensam num triste fim para aquele pobre infeliz, a chacota daquele bairro, pois sumiu do beco fétido e ninguém viu para onde ele foi. Jamais voltara. Ele, agora, sorri e vive bem além da compreensão daqueles homens de coração fraco. Os odores que exala são da liberdade e eterna gratidão.