No princípio era o nada branco...

Ele, aos trancos e barrancos, arrumou a casa e colocou ali os seus monstrengos.

Cada um mais pavoroso do que o outro e mui arrogantes.

Se diziam filhos de um ser pensante, a obra prima da criação, mas era só topete.

Falho o toque de comando, em bando, saqueavam a esperança de dias melhores sobre a face branca da treva.

Sem trégua cometiam seus abusos e difusa era a imagem que se podia fazer de tais seres, com seus míseros poderes, só motivo de riso.

Despidos da benéfica ação de auto-análise, acreditavam que abafavam, mas até seu criador os mandava às favas.

Até quando vai a piada eu não sei e talvez, tudo se acabe antes que caia a ficha deles.

O motivo desta criação não se discute e sequer repercute em qualquer mácula ao criador...

Poderia até ser o tédio, seu maior inimigo e inventou um pouco de ação no calhamaço de de folhas de almaço da vida.

E os monstrengos continuavam a sua dança patética sem saber da dialética que lhes conferia, ação.

Até um borrador daria cabo deles.

Pelo avanço da tecnologia, menos que um sopro até.

Borrões com ferrões dançando ao vento.

Num piscar d´olhos, menos de um segundo e a inundação da sapiência veria a excrescência destes vís delírios.

E o criador caindo em sí, até diria, eu acho:

- Diacho! Que bobeira eu marquei! Nem ví!

ANA MARIA GAZZANEO
Enviado por ANA MARIA GAZZANEO em 28/03/2011
Reeditado em 28/03/2011
Código do texto: T2875617