A história do morto de novo de novo vivo
Incrível, o cara viveu mais uma vez. Todas as apostas contra, nem mesmo ele contava com isso, claro, morto que estava. Não é que ei-lo aí saltitando, assoviando e sorrindo como se fosse a coisa mais natural do mundo re-ressuscitar. Inda mais nessa nossa época, onde o otimismo é artigo de luxo, ou no lixo, como o vosso pessimismo quiser.
Deu-se assim: não é que a princesa, a mesma responsável pelas duas mortes do nosso herói, resolveu usar seus poderes para ver se funcionava trazê-lo de volta e deu certo.
Agora segue flanando, dois dedos acima do chão, flutuando sim, mas baixo, pra não cair de novo e fundo, mais fundo e dolorido e fatalmente para sempre sem nunca mais querer voltar nem que um contêiner de princesas faça piquete na porta da tumba...
Mas desta vez não tem erro, ele diz, a morte que morra à míngua, que a vida faz tanto tempo que nunca tinha sido tão boa.
(PARA ENTENDER MELHOR, LEIA O CONTO "OS DOIS DIAS", DO DIA 10.08.2006)