A Flor Roxa  
Ela havia acabado de se mudar. Vida nova, novas esperanças. O passado seria apenas passado. Lembranças das quais tentaria guardar só as boas.
A casa em ordem colocou um filme e assentou-se diante da televisão. No sofá roxo. Adorava roxo. O ex-marido era tradicionalista. Sofá de couro, requintado. Deixara com ele e comprara o roxo dos seus sonhos. O filme? Encontro Marcado. Só para ver Brad Pitt. Mesmo ele representando a morte. Seria bom ser levada por ele, quando chegasse a hora. Bem velhinha. Ele bateria na porta ela abriria e o encontraria com um buquê de flores roxas, que lhe daria, sorrindo. Então ele a tomaria nos braços e beijaria sua face, que retornaria ao seu período de maior beleza. E os dois iriam juntos para o além.
Cansada, adormeceu e sonhou, com Brad Pitt e ela sobrevoando os espaços atemporais. Um barulho estridente e acordou, atordoada. Na televisão, ruídos, apenas ruídos, o filme havia acabado. Custou a identificar o som que a havia despertado. A campainha tocou e ela acordou de vez. Tinha sido a campainha, pensou. Mas quem? Não dera o seu endereço a ninguém. Seria o ex? Alguém da transportadora? Ou apenas um vizinho? Gritou: já estou indo. Calçou os chinelos e foi. Abriu a porta. Era Brad Pitt com um buquê de flores roxas na mão, sorrindo para ela. Caiu durinha no chão.
 
Este não é o final. Existe um. Mas quero propor uma brincadeira. Nos comentários, escreva o final que você, que está lendo gostaria de ler. Prometo, aos que fizerem isso, enviarei por e-mail o meu final.




(série Pequenas Histórias Encantadas )