Boca maldita (12/ série Pequenas Histórias Encantadas)








A briga tinha sido feia e ele fez as malas e saiu batendo o pé. Nunca mais volto a esta casa, disse. Pois sim, ela retrucou. Vai voltar mais cedo do que pensa e precisando de mim. A tarde, ela recebeu o aviso: ele, que nunca trocou uma lâmpada em casa, subiu em uma escada para consertar a antena no telhado da vizinha do amigo divorciado na casa de quem se hospedara. O degrau partiu com ele lá no alto. Caiu e quebrou o pé. Ele sempre da um jeito de voltar para casa depois de ameaçar nunca mais voltar, pensou ela, enquanto antevia os dias de cuidado extremamente cansativos. Enquanto ele, no hospital, ruminava, pensando na mulher: Boca maldita! 30/10/09