Coletânea Mico-contos Twitter I.

Segue abaixo uma coletânea de micro-contos meus já postados no twitter, para quem quiser conferir meu exercício com micro-contos por lá. Se quiser me acompanhar meu endereço é esse http://twitter.com/rcquaresma Obrigado e até mais.

Mente.

Vento e ondas na superfície, perturbações no mar. Nas profundezas nenhum movimento.

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Cinéfilos.

As imagens estáticas de consumo derramavam nos olhos Vida in vitro.

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O poeta bêbado.

Na noite bêbada em seu barco, tentou abraçar o reflexo da lua. Água agitada. Água parada. Poema inerte.

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Monumentos fúnebres.

Dentro do templo, o padre sonhava com dominação e orgias à Baco, homenageava escondido a teu deus.

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Insônia.

Na madrugada fazendo castelos com bitucas de cigarro e fortes com latas de cerveja para não perder o nascer do sol.

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Despertador de Judas.

Às seis horas, a pirâmide lentamente fica rubra e um herege despede-se do mundo.

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“Do céu é que podemos ter uma visão do paraíso.” “Invejando em segredo a paz dos outros.” "Essa é a essência do sofrimento dos caídos.”

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O iluminado.

Era como uma nuvem branca caminhando no céu sem rastros.

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Fotografias.

Congelada sorria, enquanto eu sabia que a muito ele não mais me pertencia.

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Pela culatra.

José divulgou por vingança um vídeo amador de sua noiva o traindo. Ele ficou como corno e ela virou estrela do Brasileirinhas.

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Dialogaram na linguagem dos olhares por toda uma noite, acabaram-na escrevendo poesias com seus corpos.

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"Hoje acordei e descobri que tenho a memória de uma sardinha." "O quê?" "Hã? deixa prá lá. Esqueci mesmo."

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"Juro que isso nunca me aconteceu. É culpa da crise meu bem." "É, culpa da crise de masculinidade no meio das suas pernas."

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"mamãe, o papai tá dormindo tão sereno." "foi o cianeto que coloquei na sopa dele, filho."

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Psicodelia lisérgica e arte resultaram em amnésia, danos e três filhos que não conheceu. Todo dia ele agradecia aos céus por isso.

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Ateu convicto.

Não resistiu a um pai-nosso enquanto atravessava uma turbulência no avião.

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Quando as viu seminuas, descobriu a real aparência de Ganesha. Pouco mais tarde, descobriu o que suas quatro mãos podem fazer.

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Pagou e entrou na cabine. Ela veio e fez seu serviço, ele o dele. Saiu para tomar seu café da manhã sem despedidas, apenas uma mão suja.

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O sepultamento do sexo.

Com o olhar pesado o padre anunciou: Eu vos declaro marido e mulher.

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Anjo malvado.

No orfanato, rezava toda noite para sua mamãe voltar com cianeto, felicidade e canções de ninar.

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Dias nublados.

Poesia em tom menor.

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No fundo.

No fundo, no fundo Nada para afundar.

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Saiu para comer algo que não fosse cristão na páscoa, se divertiu duas horas com uma mulçumana.

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Genocídios.

Ao final de três minutos as crianças jorraram pelo vaso.

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O fumante azarado.

Quarenta cigarros por dia durante trinta anos e foi morrer justo atropelado por um ônibus na contramão.

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Sua melhor lembrança da páscoa, o dia em que se fantasiou de coelho. Deu uma, duas, três sem tirar de dentro da calça.

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Sardinhas, Whisky e para completar faca e pulsos. Assim foi sua ultima páscoa.

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