SACO VAZIO

Chega, sem palavras. Atira a um canto as chinelas de calcanhares rotos.

A baladeira é pendurada num gancho, o bornal vazio ao chão...

Coça a cabeça, olho fixo na palha do teto...

Uma mulher atiça o fogo e mexe uns caroços de feijão no fundo da panela com água e sal.

Cruzam-se os olhares...

O silêncio é quebrado:

–– Seu Manezim mata porco amanhã, mãe.

–– Então vá ajudar, meu filho. Quem sabe, não lhe dá as tripas.

Antonio Leal
Enviado por Antonio Leal em 04/04/2009
Código do texto: T1522455
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