As rosas de açúcar.
A cadeira de balanço é sua companhia, agora não mais na calçada, por causa da violência crescente do bairro. Agora, na varanda gradeada ela é prisioneira da velhice, da demência, do mando alheio:
- Não pode, mamãe!
- Cuidado, titia!
- É muito esforço, madrinha.
Nem mesmo das rosas a deixam cuidar.
- Não pode, mamãe!
- Cuidado, titia!
- É muito esforço, madrinha.
Lembra das rosas; reais do pequeno jardim. Rosas de carne, na carne dos filhos com febre, com feridas abertas nos joelhos escaladores. As rosas de açúcar nos bolos, nas mãos.
E de crepúsculo em crepúsculo vai-se finando, tal como as rosas que agora só existem na sua lembrança.