MISS DOROTHY E BOLINHA

Miss Dorothy era uma vira-lata bem simpática, risonha e sapeca. Não tinha quem não se apaixonasse por ela! Todos os dias pela manhã gostava de passear, toda espevitada. E sempre voltava para casa, no sítio Boa Esperança, mostrando para os seus donos um largo sorriso. Chegava sempre na hora do almoço! Após comer sua ração, esparramava-se e cochilava à sombra das árvores. Que vidão de Miss Dorothy! De manhã cedinho tomava banho de sol deitada no relvado do campo de futebol, depois espreguiçava-se e já partia pro passeio.

Numa dessas voltinhas, ficou prenha. Nasceu seu lindo filhotinho, bem branquinho e peludinho. Uma fofura! Gordinho... Muito bonitinho! Miss Dorothy lambe a cria, segura-o em sua boca e leva-o para um cantinho da casa em construção a fim de protegê-lo do frio.

Dona Alcinéia e Seu Armando, casal sitiante, colocam o nome do filhote de Bolinha.

Bolinha mamava direto, foi crescendo e ficando levado para desespero de Dona Alcinéia que era uma mulher perfeccionista, tinha horror de bagunça. Bolinha a deixava de cabelo em pé quando adentrava os sanitários e comia o papel higiênico.

Dona Alcinéia gritava: Bolinha você quer apanhar é?!!!

E já dava umas chineladas no cachorrinho.

Miss Dorothy se assustava, fazia uma cara triste quando via seu filhote apanhando.

Neste momento dramático, ia pra rua... Nem aguentava ver sua cria sendo castigada pela sua dona.

Dona Alcinéia, ao ver a cena de Dorothy se entristecendo e indo embora, teve pena e chamou a cadelinha de volta. Largou o chinelo e abraçou os cachorrinhos, mamãe e filhote.

Mas Bolinha aprontava, e como aprontava! Tinha uma mania de brincar de morder com seus dentes afiados. Pegava os chinelos de seus donos.

Era uma farra! Eita cachorrinho pra querer aparecer! Quando seus donos não ligavam pra suas estripulias, Bolinha então abaixava suas orelinhas em sinal de tristeza e ia para junto da mãe. Miss Dorothy as vezes não suportava o filhote sempre com fome, puxando seus mamilos com os dentes afiados. Seu Armando gostava de filmar e fotografar a farra de Miss Dorothy e filhote.

Os dois corriam, rolavam no chão. Alegravam o coração de todos!

Bolinha era inquieta, não gostava de ficar no colo, mas ninguém conseguia resistir a tanta fofura! Miss Dorothy aparecia na sala de estar para ver se estavam maltratando seu filhote e, quando via que sua cria estava no colo de Dona Alcinéia, então se alegrava e se aproximava da sua dona para também receber um carinho.

E é muito carinho, muito amor, amor puro, sem maldade que traz felicidade. Felicidade no sítio Boa Esperança com a harmonia e respeito entre homens e animais.

( Autor: Poeta Alexsandre Soares de Lima)

Poeta Alexsandre Soares
Enviado por Poeta Alexsandre Soares em 25/06/2020
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