O SOL PERDEU A HORA
O dia acordou tão frio, que até o Sol estava com preguiça de acordar e deixou que o dia se atrasasse.
Os bichos na maior agonia esperavam o galo cantar para que pudessem levantar e poder trabalhar.
Mas, o Sol não aparecia, a neblina cobria o dia, lá no céu o Sol bocejou, espreguiçou e nem ligou que estava atrasado.
Em meio ao nevoeiro, algumas estrelas piscavam achando que era noite e foram falar com a mãe Lua que pensativa olhou o relógio estranhando todo aquele atraso do Sol, como estava cansada precisava se recolher, mas não poderia sair sem que o Sol desse as caras. Perguntou o que fazer a uma estrelinha que não sabia responder.
Na floresta os bichinhos colocavam as cabeças fora das casinhas, espiavam e voltavam apressadinhos com medo do nevoeiro.
Dona coruja morrendo de fome piava querendo uma explicação. E por onde anda o galo que não acordou o dia? Oras! Oras!- Vou morrer de fome se ficar aqui e morrer de frio se sair nesse nevoeiro- Resmungou.
As flores já estavam se curvando com o peso da neblina em suas pétalas, precisavam da luz do Sol para esquentar suas folhas.
Os vaga-lumes já estavam cansados de piscar suas bundinhas e precisavam dormir. O sabiá já se sentindo impaciente resolveu ir até o castelo das fadas falar com a fadinha da luz.
Bateu com o bico na janela e logo aparecia entre luzes a mais delicada fadinha que sorridente perguntou:
- O que aconteceu meu nobre passarinho?- está cansado e tremendo de frio.
- Venho em nome da passarada, dos insetos das flores e de todos os moradores da floresta, o nevoeiro encobriu tudo, o sol não apareceu, que a bondosa fadinha envie um mensageiro ao Sol perguntando o que aconteceu.
Nem o galo tão madrugador sabe a hora de cantar para despertar o dia. Concluiu o sabiá.
A fadinha pensou- pensou, o sabiá ficava impaciente com a demora, mas nada dizia.
- Fique calmo, volte para a floresta, mas vá apressado o sol irá aparecer antes que entre em sua casa, - disse a fadinha soprando uma estrelinha em direção ao céu.
O sabiá bateu asas, logo o dia clareou o Sol iluminando a floresta, passarinhos gorjeavam felizes, borboletas bailavam nas flores que se sacudiam espantando o sereno em suas pétalas.
O galo cantou atrasado sendo criticado pela coruja que limpava a cara nas gotas de orvalho.
As cigarras limparam a garganta e abriram seus vozeirões num canto compartilhado que enchia a floresta de sons.
Assim toda a natureza voltou a funcionar aplaudindo o majestoso Sol que prometia nunca mais atrasar o relógio.
Autoria- Irá Rodrigues