O PASSARINHO VIOLONISTA

Esse passarinho era diferente, seus pais colocaram na escola, mas ele nunca aprendeu a cantar e se tentasse a voz saia fanhosa sem emitir o som que era digno dos passarinhos, mas tocava violino melhor que o maestro e era chamado para se apresentar em todas as festas da floresta.

Vaidoso por ser o mais famoso violinista de toda a floresta, assim que acordava pegava seu violino e saia tocando de árvore em árvore, em montanhas e vales atraindo multidões de animais, as flores felizes se agitavam e a natureza inteira aplaudia.

De tanto ser aplaudido o passarinho achou que ali era pequeno para mostrar o seu talento e resolveu sair da floresta para levar a sua música até outros locais onde pudesse ser reconhecido como o grande violinista. Todos foram contra, mas o passarinho não quis ouvir os conselhos, colocou o violino no saco amarrou nas costas e bateu asas em busca de novos públicos. Por onde passava ele parava tirava o violino do saco e tocava sua mais linda melodia. Todos ouviam exclamavam! – Não vá!- Fique por aqui nos encantando ao som do seu violino, você faz parte da nossa floresta, cidade não é lugar de passarinho. - Pedia os curiós encantados com aquela sinfonia...

O passarinho muito ambicioso não parava para ouvir e seguiu batendo asas. Dois dias depois, ao chega à cidade fica encantado com o parque de árvores altas e florido, outros passarinhos formavam o cenário perfeito para mostrar o seu talento de músico. Sem esperar tirou o violino do saco ajeitou-se nos galhos e começou a tocar, assim que o som se espalhava atraía a atenção tanto de animais quanto das crianças que brincavam por ali, parou um instante para agradecer os aplausos, uma grande plateia se formava passarinhos, borboletas, formigas, cigarras e as crianças que sentadas no chão não despregavam os olhinhos do passarinho violinista.

Todo vaidoso pensou- Aqui serei um músico famoso, passava os dias se exibindo sem mostrar cansaço todo orgulhoso estufava o peito e afinava as cordas do violino

O inverno chegou, os bichos procuraram lugares mais quentes, as crianças não apareciam mais no parque, até os passarinhos sumiram. Ninguém prestava mais atenção na sua apresentação, ficava triste, tocava o seu violino sem ao menos um passarinho parava para ouvir. A noite sozinho sentia saudades dos amigos da floresta, lá as noites eram animadas todos os passarinhos se reuniam para ouvir ele tocar seu violino. Ali estava muito triste acordava todo feliz e tocava até suas asinhas se cansarem e nem um aplauso. Pensou: perderam o interesse Pela minha música.

Era uma tarde de domingo o parque estava cheio de crianças, o passarinho se alegrou afinou as cordas do seu violino e começou a tocar, dessa vez a mais linda canção de primavera, crianças corriam, pulavam, gritavam e não prestavam mais atenção no passarinho violinista, desanimada guardou o violino no saco e começou a chorar.

Triste estava e nem percebeu quando um garotinho olhando para cima e ao ver a tristeza do passarinho perguntou:

- Por que está assim tristinho e nem canta mais? É tão lindo o som do seu violino, concluiu o garoto.

- Cansei! Toco o dia todo e não param para me ouvir, nem aplausos eu recebo mais, até meus amigos passarinhos me abandonaram. Preciso voltar para a floresta de onde nunca deveria ter saído. Tenho medo que não me aceitem de volta com tanto carinho como sempre fui recebido por todos. Completou o passarinho.

- Não fique triste, claro que vai receber, você é um violinista famoso. Já sei! Aqui rondam muitos gatos perigosos, para a sua segurança venha vou te levar até a entrada da floresta lá poderá seguir em segurança. Disse o garoto.

O passarinho alegrou-se, colocou o violino no saco amarrou nas costas e bateu asas em direção ao seu mundo. Foram uns dois dias até se sentir novamente em seu lar.

Ao chegar pousou triste na mesma árvore que por muitas vezes reuniu milhares de amigos para lhe ouvir tocar, estava vazio nem uma borboleta voava, nem um passarinho por ali pousava, retirou o violino e começou tocar uma canção triste e logo o brilho voltou aos seus olhinhos, suas penas que andavam sem cor voltou a ter o mesmo colorido, o som foi ouvido por toda a floresta e logo se formava uma grande plateia.

Feliz da vida ele tocou mostrando toda a sua alegria e descobriu que a coisa mais importante era a felicidade e que viver ali não tinha preço e lugar nenhum do mundo seria igual. Aquela noite teria festa e em todas as outras noites.

Assim o passarinho viveu feliz para sempre...

Autoria- Irá Rodrigues

Diretora Internacional da divisão de Literatura Infanto-juvenil

irá rodrigues
Enviado por irá rodrigues em 25/04/2019
Código do texto: T6632007
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