Bruxa Ma na terra do rei Katitu Vol III/V

Bruxa Ma na terra do rei Katitu

Vol: 03

Bruxa Ma e sua amiga Cora combinaram de irem juntas ao campo das vassouras mágicas. Era neste campo onde se colhiam os ramos encantados, com os quais se faziam as vassouras voadoras.

Esta semana, a jovem turma de aprendizes de feiticeiros ia criar as suas próprias vassouras e as duas bruxinhas mal viam à hora de sair voando pelo planeta da magia.

Saíram bem cedo de suas casas. Elas moravam longe uma da outra, mas estudavam na mesma classe. Quando se conheceram a simpatia entre as duas foi imediata, tornaram-se melhores amigas e inseparáveis. Considerando que a mãe de Cora era a malvada bruxa Lila, inimiga número um da bruxa Amélia, que era a mãe da bruxa Ma. Apesar das advertências da bruxa Amélia que era de natureza dócil e das ameaças constantes de Lila, que era um poço de maldade, as duas se tornavam mais unidas a cada dia.

O campo das vassouras mágicas ficava bem longe e como as meninas estavam muito cansadas, pararam para descansar. A cachorra Lola as seguia de perto, às vezes se distraía, correndo atrás de alguma libélula. Fugindo assim do olhar atento de sua dona, a bruxa Ma. Este foi o apelido carinhoso que os meninos da*Carecolândia deram a bruxa Mariana.

As meninas foram se refrescar em uma lagoa azul repleta de cisnes. E assim que entraram na água, acabaram com o sossego de seus belos ocupantes. Porque o que mais divertia as bruxinhas, era dar profundos mergulhos, sair nadando devagarzinho debaixo da água e depois puxar o rabo dos cisnes. Que ao se verem em apuros, fugiam pelo mato, gritando feito marrecos. As garotas gargalhavam com o desespero das aves. E enquanto tinha cisne para afogar as duas meninas não deixaram a água. Só saindo da lagoa depois que todo bando de cisnes bateu em retirada, já cansados com as brincadeiras nada engraçadas das pequenas bruxas. As bruxinhas também se entediaram de perturbarem os cisnes e saíram da água. Elas tinham chegar logo ao campo das vassouras, pois, colher o capim mágico era uma tarefa difícil e exigia muito tempo. Elas tinham que apanhar os ramos um por um. As duas bruxas estavam ansiosas para ter suas próprias vassouras e saírem voando por aí. O maior sonho de Mariana era ver a terra da magia lá do alto. Todos diziam ser um espetáculo inesquecível. "Um mundo encantado, repleto de duendes, elfos, magos e castelos enfeitiçados".

Ao sair da água, bruxa Ma sentiu a ausência de Lola.

_Onde foi parar aquela cachorra levada hein Cora?

_Com certeza Lola deve ter se cansado de nos esperar e foi embora pra casa!

_É pode ser. Ela não gosta mesmo de água e na última vez que tentei lhe dar um banho ela até quebrou o meu dedo mindinho. Mas mesmo assim vamos dar mais uma espiada por aqui!

As bruxas saíram à procura de Lola, mas não a encontraram. E certas de que a cachorra tinha retornado para casa, partiram para o campo das vassouras mágicas. A cachorrinha certamente havia desistido de esperá-las e voltou mais cedo pra casa.

Chegando ao campo das vassouras, as bruxinhas se encantaram com o que viram, eram lindos ramos perfumados que se balançavam com a brisa suave. Elas se separaram e foram colher os ramos mágicos.

Bruxa Ma se encantou com uma moita de capim cor de rosa e colheu um grosso feixe para fazer sua vassoura.

_ Ela vai ficar linda! Suspirou a menina.

Depois de colherem os feixes do capim mágico, estava na hora de voltar para casa. Cora havia colhido um bonito ramo na cor ocre dourado para fazer a sua vassoura e a bruxa Ma levava uma touceira de capim cor de rosa jogada nas costas.

Voltavam felizes e despreocupadas para casa. Agora só faltava enfeitiçar um garboso cabo de madeira e dar vida às suas vassourinhas encantadas.

Dona Bruxoca, a professora de bruxarias, lhes dissera que na próxima semana todos já poderiam voltar para casa pilotando suas vassouras mágicas.

Bruxa Ma chegou em casa chamando por Lola, mas quem apareceu foi a sua mãe, trazendo nas mãos um envelope que a entregou dizendo:

_Deixaram essa carta para você. Eu a encontrei debaixo da porta!

_De quem é mamãe? Perguntou bruxa Ma abrindo o envelope. E ao ler o que estava escrito ficou desnorteada. A carta dizia o seguinte:

Péssima tarde Bruxa Mariana

Sua cachorra pulguenta encontra-se sob meus “cuidados”. E se quiser vê-la novamente terá de seguir minhas ordens. Quero que vá até o Planeta Verde e me traga o elixir da eterna juventude. Só devolverei Lola em troca do elixir. E se não fizer o que estou mandando até o dia 24 de dezembro, a sua cadelinha será servida assada no meu banquete de natal.

Obs: E com uma deliciosa maçã na boca! Kkkk

Ass: Bruxa Lila

(A bruxa mais linda do planeta).

Bruxa Ma ficou enfurecida com a bruxa Lila. Que bruxa mais cruel. Ela tinha de partir imediatamente para o planeta verde. Não podia nem mesmo contar com a ajuda de Cora, porque há esta hora a amiga devia estar presa num dos quartos do Castelo Horripilante de sua malvada mãe.

Mariana tomou emprestado da mãe a velha vassoura Tita. Despediu-se da mãe com um beijo e saiu voando em destino ao planeta verde.

Enquanto isso em algum lugar do planeta.

A malvada bruxa Lila dava gargalhadas de alegria. Lila era uma bruxa muito bonita. Pena que era ruim de doer.

Ela tinha curtos cabelos vermelhos e profundos olhos verdes. A "bonita" usava um justíssimo macacão de couro preto e com um decote que deixaria qualquer bruxa decente, envergonhada e de cabelo em pé. Mas Lila não era uma bruxa decente. Era mesmo uma perua essa bruxa Lila!

Lola latia bravamente. Ela estava presa em uma gaiola firmemente amarrada no alto do teto. Lá de cima ela insultava a bruxa Lila. Porque na terra da magia os animais também falavam, e alguns deles eram muito tagarelas. Assim como a cachorra Lola.

_Sua bruxa pelancuda e mau caráter. Espere só até a bruxa Ma colocar as mãos em você. Sua velha ranzinza e enrugada, uva passa! Gritava Lola mostrando a língua para a bruxa Lila, que ficou tiririca por ser chamada de velha e enrugada.

A bruxa malvada retrucou:

_Cale a boca vira-lata! Ai de você, se a piralha da bruxa Ma não me trouxer o elixir da longa juventude. Vou te servir bem coradinha. Igual a uma leitoa na ceia de natal!

Cuspia e gritava a bruxa Lila se aproximando ameaçadora da gaiola e com o dedo apontado para Lola. Quando Lila se aproximou da gaiola, Lola se virou e soltou um sonoro “pum” na cara da bruxa Lila que se afastou indignada.

_Vira-lata porcalhona e sem modos, mal posso esperar para te levar ao forno e te servir com farofa. Sua cachorra insolente e peidorreira!

Foi uma troca de insultos sem fim. Lola que não tinha papas na língua e era muito desbocada e a bruxa Lila que era esnobe e cruel. Bruxa Lila saiu batendo a porta indignada e soltando fogo pelas ventas.

Lila, era a bruxa mais bela da terra da magia, e ela tinha muito medo de envelhecer. Era fútil, e achava que somente a aparência externa importava. Estava se lixando para outros valores, como o amor e a amizade. Para esta bruxa má e sem coração, somente a beleza importava.

E ela estava prestes a conseguir isso. Bastava a bruxa Ma lhe trazer o elixir da eterna juventude e ela se tornaria bela e imortal.

O sapo *Katitu era o rei de *Verdugo. Este pacífico reino ficava no planeta verde. Katitu era um rei muito justo e honesto e por isso todos os seus súditos o adoravam.

O elixir da eterna juventude foi um presente dado por sua mãe, a *Sapa Sapeka, uma feiticeira muito poderosa que desenvolveu o elixir para que o filho pudesse governar Verdugo para sempre. Sapeka temia que o sapo Jeremias, um batráquio mal e corrupto pudesse roubar o reino de Katitu.

Jeremias desejava o poder a qualquer custo e como era o filho da irmã mais velha de Katitu, achava que o trono lhe pertencia. Sendo ele de linhagem real e mais velho do que o sapo Katitu, era ele quem tinha o direito de governar verdugo. Assim sonhava Jeremias com inveja e cobiça.

A feiticeira Sapeka, temendo uma emboscada do batráquio Jeremias, dias antes de sua morte, criou o elixir que daria vida eterna a seu filho Katitu. Prestes a deixar o mundo dos vivos, Sapeka disse a Katitu:

_Filho, durante toda a vida você foi um sapo honesto e guerreiro, sempre defendendo seu reino com coragem e amor. Verdugo só continuará a existir se você ficar a frente de seu povo. E para te defender de todos os perigos, eu criei uma porção mágica que te dará a eterna juventude e para que você possa reinar para sempre!

Dito estas palavras, Sapeka lhe entregou o frasco contendo o valioso líquido encantado. Katitu guardou o elixir a sete chaves e somente sua filha Katarina sabia do esconderijo do elixir da vida eterna.

Bruxa Ma aterrissou em verdugo sem saber que destino tomar. Foi andando sem rumo pelas avenidas movimentadas de Verdugo.

Olhando na direção oposta ela avistou uma criatura muito parecida com um hipopótamo, que lhe era muito familiar.

Não! Não podia ser o *guardião Alfredo! Pois o guardião não podia sair do *Castelo do arrepio, onde ele era mantido prisioneiro pelo*conselho das bruxas velhas.

Mas sim, um de seus capangas. O feioso*Ding, irmão gêmeo do monstrengo Dong.

Mariana podia reconhecer aquela carranca em qualquer lugar do planeta.

O guardião Alfredo havia feito um trato com as bruxas velhas do conselho. Elas deram ao guardião a imortalidade, mas para isso ele teria de ficar aprisionado para sempre no castelo do arrepio.

O castelo do arrepio ficava no planeta dos humanos e foi lá que a bruxa Amélia e sua vassoura Tita ficaram aprisionadas por alguns anos. O guardião se comprometeu a vigiar Amélia e garantir que ela jamais escapasse das masmorras do castelo. Mas por sorte de Amélia, a bruxa Mariana conseguiu salvá-la das garras do terrível guardião.

O Guardião Alfredo não se importava em ficar preso para sempre no castelo. Ele queria tomar conta de seu tesouro e assustar a todos que ousassem lhe roubar. Se surgisse alguma ameaça no *castelo do arrepio o guardião estava lá com seu garfo gigante para espantar estes corajosos invasores.

Enquanto Mariana pensava no terrível guardião Alfredo. Ela discretamente começou a perseguir o Ding, e viu quando o capanga entrou em um beco escuro e sem saída.

_O que será que o Ding está aprontando? E o que ele está levando naquele saco jogado em suas costas? É impressão minha ou o saco está se mexendo?

Com essas perguntas sem respostas, Mariana seguiu Ding bem de perto, viu quando ele parou e ficou esperando por alguém. Ela se escondeu atrás de algumas caixas de legumes abandonadas. Precisava descobrir o que o capanga do guardião Alfredo estava aprontando em Verdugo.

Ding jogou o saco no chão e se sentou debaixo de um poste que estava com a lâmpada quebrada. Mesmo na escuridão, Mariana viu quando alguém se aproximou de Ding.

De repente o saco que Ding havia jogado no chão começou a dar pinotes. O que será que havia naquele saco?

Minutos depois, surgiu do outro lado da rua o monstrengo*Dong, que era o outro capanga do Guardião e irmão gêmeo de Ding.

_O que os capangas do guardião Alfredo estão fazendo em Verdugo? E o que havia naquele saco que não parava de se mexer? Era cada pinote assustador!

_Tenho de descobrir o que está acontecendo! Pensava a menina.

Perto de onde Mariana se escondeu, havia um velho armazém abandonado. Sorrateiramente ela entrou no depósito e apanhou no chão do armazém um saco bem parecido com o que Ding estava carregando.

Mais a frente, um ratinho roía alegremente uma abóbora bem madura que havia caído de algum caminhão de entregas.

Mariana tomou à abóbora do indignado ratinho e a colocou no saco. Agora só precisava de uma ocasião para fazer a troca dos sacos e descobrir o quê o capanga Ding trazia aprisionado.

Conhecendo bem aqueles dois malvados, bruxa Ma tinha certeza que algum animal indefeso estava em apuros e ela tinha de ajudar aquela criatura que estava sofrendo nas mãos dos capangas do guardião Alfredo.

Ding e Dong voltaram para as ruas de verdugo para se juntarem a multidão. De repente se formou um grande tumulto na praça!

A maga Quitéria estava em verdugo naquele dia para fazer uma apresentação de magia. Um grande número de expectadores rodeava a maga, que tinha fama de ser a melhor feiticeira do planeta da magia. E para surpresa da menina, o assistente de palco da maga era Pingo, o garoto careca, por quem ela nutria grande afeição. E foi essa a oportunidade que Mariana precisava para bolar um plano e roubar o estranho saco de Ding e Dong.

Mariana se aproximou e chamou Pingo discretamente. Mariana e Pingo se tornaram grandes amigos desde o dia em que ela foi parar na *Carecolândia. As duas crianças se abraçaram com saudades e Mariana perguntou por todos os seus amigos do planeta dos carecas.

Logo depois dos abraços, Mariana pediu a ajuda de Pingo para distrair Ding e Dong. Ela já tinha um plano traçado para roubar o saco dos malvados gêmeos.

O garoto não hesitou em ajudar a menina e rapidamente eles foram se dirigindo para o meio do povo, que se espremia para ver as façanhas da maga Quitéria.

Ding e Dong estavam na plateia para assistir ao show da Maga. Dong trazia o saco bem perto de si e não desgrudava dele nem um só minuto.

Pingo se aproximou dos capangas do guardião e foi logo dizendo:

_Vamos chegando cavalheiros! Vamos chegando!

_Cavalheiros? Eca!

_Monstrengos. Isso sim! Pensou Mariana.

Pingo pegou duas cadeiras que estavam com o equipamento de magia da maga, as esvaziou rapidamente e as levou para Ding e Dong se sentarem. Não podia levantar suspeitas de jeito nenhum!

_Sentem se senhores. Vocês devem estar cansados! E aproveitem o show da maga, que em breve fará seu poderoso truque do desaparecimento.

Os dois capangas sem desconfiarem de nada, sentaram-se pesadamente na cadeira, que quase se quebraram devido ao peso de suas bundas.

Mariana foi chegando bem devagar e se aproximando de Ding. Ela fingia assistir atentamente ao show da maga.

A menina considerava a maga Quitéria como sua mãe. Antes de descobrir que era uma bruxa, Mariana vivia como uma mortal no planeta terra e foi muito bem cuidada por tia Quitéria.

Mas agora Mariana tinha outros planos. Ela queria descobrir o que os irmãos Ding e Dong estavam tramando no reino do sapo Katitu. Além do mais ela precisava salvar Lola. Mariana estava angustiada com o rapto de sua cachorrinha.

De repente Dong já mais relaxado e entretido pelo show colocou o saco saltitante no chão, bem ao lado da cadeira em que estava sentado. Foi o que Mariana precisava para fazer a troca dos sacos.

Ela se abaixou, colocou no chão o saco que trazia nas mãos e com o pé, bem lentamente, ela foi puxando para si o saco que Ding havia deixado no chão.

Já de posse do saco saltitante, ela fez a mesma coisa para empurrar o saco com a abóbora para perto do capanga. Feito isso, ela se levantou, levando consigo o saco saltitante e deixando para traz o saco com a abóbora roída.

Foi saindo devagar da multidão e quando não viu mais ninguém, pôs se a correr. Já longe do perigo, Mariana abriu o saco para libertar aquele pobre bichinho. Ela abriu o saco com muita dificuldade e dentro dele havia uma pobre perereca quase desfalecida pela falta de ar. Ela saltou com dificuldades para fora do saco e estava muito debilitada devido ao esforço que fizera para tentar fugir.

Mariana arranjou-lhe um pouco de água e esperou que a perereca se recuperasse e lhe contasse por que foi aprisionada por Ding e Dong.

Já recuperada, Mariana perguntou a perereca:

_Quem é você? Porque Ding e Dong te prenderam naquele saco?

A perereca então contou a sua história para a bruxa Ma.

_Meu nome é Katarina. Fui capturada por Ding e Dong a pedido de meu tio, o sapo Jeremias.

A perereca Katarina contou a Mariana, que soube que havia sido seu tio o mandante do seqüestro, quando escutou Ding dizer a Dong, que eles precisavam levar a prisioneira para entregar ao sapo Jeremias e pegar a recompensa que o batráquio ofereceu para quem a capturasse.

E foi assim que a Katarina soube do plano do tio. Ele queria usá-la como moeda de troca para se apossar do reino de Verdugo.

Jeremias queria o trono a qualquer preço e sabia que Katitu daria tudo que fosse preciso para salvar a filha.

Já amiga da perereca Katarina, Mariana confidenciou a ela a história do rapto da cachorra Lola e de como teria de encontrar o elixir da eterna juventude para a bruxa Lila até amanhã, pois o prazo estava se esgotando e faltavam apenas dois dias para o natal.

Se ela não levasse o elixir para a bruxa Lila, a cachorra Lola seria assassinada.

Katarina em agradecimento por sua liberdade decidiu ajudar a garota. Ela contou a Mariana que ela era a princesa de verdugo e que seu pai era um homem muito justo e que iria ajudar a menina a resgatar Lola. As duas logo chegaram ao castelo e Mariana foi apresentada ao sapo rei.

Ao saber do ocorrido com Katarina. O rei Katitu ficou enfurecido com a covardia de Jeremias e ordenou ao *Batalhão dos Batráquios que encontrassem o traidor onde quer que ele estivesse. E que ele fosse mantido aprisionado para sempre.

Mas o batráquio Jeremias já havia desaparecido e não houve como encontrá- lo. Ele havia fugido do reino ao saber que a perereca Katarina foi salva pela bruxa Ma.

Assim que Ding e Dong chegaram com um saco contendo uma abóbora roída. Jeremias pressentiu que estava em apuros e se mandou de Verdugo. Foi embora de carona no velho foguete espacial da dupla de malfeitores, Ding e Dong. Foi com passagem só de ida para o planeta dos humanos onde ele pediria abrigo ao Guardião Alfredo no castelo do arrepio.

Jeremias tinha de dar um tempo até bolar outro plano para tomar o poder do rei Katitu. E que a sonsa da perereca Katarina não contasse vantagens antes da hora, porque ele, o sapo Jeremias, seria brevemente o novo rei de verdugo. Assim sonhava o ambicioso Jeremias com seus longos bigodes retorcidos.

Mariana contou ao rei Katitu sobre o rapto de Lola. E que a cachorra só seria libertada se a bruxa Ma levasse o elixir da eterna juventude para a bruxa Lila.

Muito comovido com o amor da menina pela cachorrinha, o rei Katitu deu de presente para Mariana, o frasco que continha o precioso líquido que daria juventude eterna a malévola bruxa Lila.

O rei Katitu não precisava da eternidade para governar. Ele sabia dos valores morais de sua filha e que ela seria uma rainha muito nobre para verdugo.

Assim como seu pai, Katarina governaria pelo bem de seu povo. Katitu não precisava se preocupar com o destino de seu planeta. Ele estaria em boas mãos.

Mariana partiu muito agradecida. Ela jamais se esqueceria do que o rei Katitu fizera por ela. O rei abriu mão da eterna juventude para que ela pudesse salvar Lola.

Já de volta a terra da magia, bruxa Ma foi até o *Castelo horripilante habitado pela bruxa Lila.

Bruxa Cora acenou para ela. A menina foi trancada num quarto no alto da torre do castelo. Sua mãe tinha lhe prendido ali desde quando ela voltou do campo das vassouras mágicas. Lila temia que a filha pudesse atrapalhar seus planos ajudando a Bruxa Ma.

Quando Mariana lhe avistou ao longe, pediu a vassoura Tita que a deixasse na torre para que ela pudesse ajudar Cora a fugir.

Mariana tentou quebrar o cadeado que prendia a janela, mas como não conseguiu, teve de usar a pobre vassoura Tita.

Foi dando vassouradas na janela até que uma tábua se rompeu e as meninas bruxas puderam sair daquele abafado quarto.

Mas onde estava à bruxa Lila?

Elas saíram procurando pelo Castelo horripilante.

Cora se aproximou de Paco, o urubu de estimação da bruxa Lila e perguntou:

_Paco, onde mamãe escondeu Lola?

Paco, desdenhoso, virou o rosto e não respondeu a bruxa Cora. A bruxa Ma, impaciente como estava, pegou o urubu, o colocou de cabeça para baixo e foi afogando-o no caldeirão de água fervente da bruxa Lila.

_Acho melhor você ir falando logo, caso contrário vou te jogar sem piedade nesta água pelando e arrancar suas penas uma por uma até te deixar todo carequinha.

O urubu mais que depressa começou a falar:

_A bruxa Lila levou Lola para o Castelo do Guardião Alfredo no planeta dos humanos.

Mariana atirou Paco na parede e partiu rapidamente para o castelo horripilante para salvar Lola. Cora partiu junto com a amiga.

Tita já estava cansada de tanto voar de um planeta para o outro. Estava acostumada com a bruxa Amélia que não tinha o mesmo pique da bruxinha Ma.

_Céus, minhas costas, ui!

Mesmo com Tita reclamando, elas chegaram até o castelo do guardião Alfredo, onde Lila já a aguardava no escuro calabouço. Aquele era o mesmo calabouço que outrora a bruxa Amélia havia sido aprisionada. Lola estava presa em uma pequena gaiola presa no alto do teto.

_Bruxa Lila, trago aqui o que você me pediu. Entregue a gaiola para Cora que eu lhe darei o elixir da longa juventude.

Lila que não estava nem aí pra cachorra. Avançou em direção ao frasco que Mariana atirou para perto dela. Enquanto isso, Cora desprendia a gaiola do teto para libertar a cachorra.

Cora e Mariana com Lola salva em seus braços fugiram rapidamente para fora daquele castelo sombrio.

Imediatamente a bruxa Lila bebeu todo o líquido do frasco. Mal podia esperar para se tornar bela e jovem para sempre. E num só gole, a bruxa Lila despejou na garganta o elixir mágico.

Mas de repente algo incomum aconteceu.

O elixir da eterna juventude só funcionava com os sapos. Ele não foi feito para ser usado por outras criaturas.

Mas isso a bruxa Lila não podia imaginar!

Ela foi diminuindo aos poucos até se transformar em uma linda perereca verde, vestida com um macacão de couro preto.

Quando as bruxinhas já estavam de fora do castelo, uma perereca verde de macacão de couro, passou saltitante por elas.

_O que será aquilo? As duas perguntam ao mesmo tempo.

Cora correu atrás da perereca de macacão e perguntou:

_Mamãe é você? O que aconteceu? Para onde você está indo? Perguntou Cora. Já desconfiada que aquela perereca fosse a sua mãe Lila.

A mãe perereca respondeu com um grito:

_Me deixe em paz sua bruxa traidora e descubra um feitiço que desfaça essa magia e me faça de novo a bruxa mais bela do planeta encantado! Ah, como odeio sapos!

Dizendo isso desapareceu no brejo cheio de moscas que rodeava o castelo.

As bruxinhas retornaram para a terra da magia e tiveram um natal maravilhoso.

Bruxa Amélia fez uma linda árvore e convidou todos os amigos de Mariana para uma deliciosa ceia.

Não faltou ninguém. Ben, o menino careca e seu cachorro Elvis, Pingo, a professora Bruxoca, Quitéria, Lola e Cora.

Ninguém ficou de fora nesse inesquecível natal.

Manu não pôde comparecer. Ela tinha de terminar a nave espacial do extraterrestre Thomaz. Ele precisava voltar para casa porque sua família estava sendo ameaçada.

Mas isso fica para uma próxima história.

Alguns meses depois.

Cora acabou encontrando um feitiço que podia transformar a mãe em bruxa outra vez. Mas até hoje ela está sem notícias de Lila. E fica a procurar, de brejo em brejo e de lagoa em lagoa.

Se por acaso, alguém encontrar uma linda perereca de macacão preto, favor não atirar pedras ou dar vassouradas. Pode ser a bruxa Lila querendo voltar pra casa. Quaisquer notícias da perereca ruiva, favor entrar em contato urgente com a bruxa Cora.

Apesar de Lila ser muito malvada, ela ainda é a sua mãe e Cora deseja de coração que ela retorne logo para casa para passarem juntas o próximo natal. Obrigada!

Ass: Bruxa Ma

Continua...

Nota da Autora:

*Bruxa Lila: Rainha das bruxas do Planeta Encantado;

*Bruxa Amélia: Mãe da Bruxa Ma; foi salva pela filha quando esteve aprisionada no Castelo do Arrepio;

*Carecolândia: Nome do Reino Dos Meninos Carecas;

*Castelo Horripilante: Castelo habitado pela Bruxa Lila;

*Sapo Katitu: Rei de Verdugo e pai da Perereca Katarina;

*Ben: Líder e rei no reino dos Carecas;

*Sapa Sapeka: Feiticeira já falecida e mãe do sapo Katitu;

*Sapo Jeremias: Sapo mau caráter que deseja tomar o reino de Verdugo a qualquer preço;

*Guardião Alfredo: Monstro imortal habitante do planeta terra e que aprisionou a Bruxa Amélia no calabouço de seu castelo;

*Ding e Dong: Assistentes malignos do guardião Alfredo. Como o guardião não podia sair do castelo os seus assistentes do mal faziam todo o serviço sujo para ele;

*Maga Quitéria: Maga que viveu algum tempo com a bruxa Ma no planeta terra e que tinha o dom de tornar-se invisível;

*Pingo: Habitante da Carecolândia e que na história anterior foi quase massacrado por Vlad Fura Olho e que só se salvou devido à coragem de Ben o careca;

*Batalhão Dos Batráquios: Exército de sapos do planeta verde.

*Castelo do Arrepio: Moradia do Guardião Alfredo

Siria Malta
Enviado por Siria Malta em 12/03/2019
Reeditado em 23/01/2020
Código do texto: T6596302
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