O burrinho do ti João e as raposinhas

O burrinho do ti João e as raposinhas

Conto infantil

O ti João morava numa pacata aldeia de Tras-os –Montes, onde só se conseguia chegar a pé, ou montado em jumento, ou em veículo todo o terreno. Esta aldeia, ficava no nordeste de Portugal, perdida entre as serras. No inverno, era fria até dizer chega, onde os ventos assobiavam e os lobos uivavam ao luar, nas noites frias. Os moradores destas aldeias, viviam da agricultura, e muitas vezes alugavam o seu braço, a empresas mineiras que por ali mineravam o volframio, ou a alguma empresa construção civil, mas esta pouco existia!

Então o ti João, era um homem que eu conhci muito bem, pois ele trabalhou numa dessas minas de volframio, onde eu também exerci a minha atividade com técnico. O ti João morava numa aldeia, creio que era conhecida como aldeia das cravadas, não sei explicar qual a razão de tal nome, para se deslocar até à empresa de minerar o volframio, ele costumava-se deslocar num burrinho, pois era o melhor meio de transporte, era prático económico, barato galgando todo o terreno, ainda com a vantagem de também puxar o arado, para o dono poder cultivar algum cereal para o pão nosso de cada dia, ainda produzia esterco, para adubar as courelas que o ti João herdara de seus ancestrais. Nesta terra pobre, era assim que se podia vencer na vida, mas estas pessoas, quase todas tinham umas notas juntas, para algum problema, pois pouco gastavam en fantasias e modernices. Eles quando o jumento morria, nem se davam ao trabalho de abrir uma cova, para fazerem o funeral ao bicho, então simplesmente deixavam-no do síto onde ele morria, depois as aves derrapinas, como as águias alguns lobos, os corvos e outros predadores, faziam um banquete à grande e ao fim de uns dias, só eram encontrados os ossos do animal todos descarnados, obra destes predadores.

Uma noite, quando o ti João voltou do trabalho, sim digo uma noite, porque no inverno, naquelas zonas, o sol esconde-se e como as serras são muito altas, ao meio da tarde nos povoados, que ficam na baixa das serras,já é noite cerrada! Entãso o ti João ou por esquecimento, ou talvez por já ir quentote com alguns copinhos na taberna, levou u burro para a manjedoura, mas não o atou à manjedoura. O burro como tinha palha e feno para se entreter, também não se incomodou com isso. Naquelas zonas, as casas são construídas com dois pisos, assim no rés do chão, serve para os animais ficarem, ali facam as galinhas, os porquinhos, os burros, onde também se guradam os utensílios da lavoura, ou seja o arado as forquilhas, as enxadas e outras feramentas de uma casa de lavoura. Nesta divisão é guardada a palha, para os animais, as batatas, alguns frutos, que servem para os donos comerem durante o inverno.Já muito pela noite dentro, um casal de raposas, como cheiraram que ali na casa do ti João, havia galinhas, coisas que que as raposas adoram, resolveram entrar, para ver se deitavam os dentes a algumas galinhas, mas as galinhas assustaram-se com a presença das raposas, começaram a cacareja e fizeram um rebuliço dos demónios, por sua vez o burro, também se assustou e como não estava preso, resolveu fugir das endiabradas raposas, ao fugir, como a corda que o ti João amarrava o burro, estava solta, mas na ponta tinha uma estaca de madeira, com que o ti João prendia o burro nos campos, quando ia trabalhar, enganchou na porta do piso térreo, o que deu origem na fuga do burro para a rua, a estaca enganchou e fechou a porta, assim as raposas ficaram presas no r/c e houve tamanho alvoroço, que obrigou o ti João a descer ao piso debaixo, para ver o motivo daquele alarido. Ele ao descer a escada, viu as raposas a tentarem abocanhar as galinhas, então Ele foi buscara a caçadeira, com dois tiros abateu as duas raposas, que estavam a querer dizimar a capoeira, ainda ganhou duas boas peles , pois estavam em fevereiro, mês que é indicado para abater raposas, porque fora desta época, as peles das raposas não servem para fazerem uma bela gola para uma samarra. Foi maneira com o ti João ganhou duas belas peles e não ficou sem os galináceos, mas teve que ir em busca do burrinho, que fugiu espantado com toda aquela barafunda.

Escrito em 10 de maio de 22017, mas o episódio deu-se em 1963 José Manuel Rodrigues

Galeano
Enviado por Galeano em 14/05/2017
Código do texto: T5998965
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