Sob o olhar de Suzete
Onésimo e seu irmão Celinho, viviam a contar e ouvir estórias de vizinhos de Varley e Sirley, e só uma cerca de tela, fininha, a separá-los. Eram as conversas quintalícias.
A tarde era o horário mais propício para as conversas, agachados de
ambos os lados, punham-se o meninos a contarem as suas velhas novidades, enquanto iam lambendo açúcar cristal, ou do mascavo, em suas mãos suarentas e encardidas.
Um dia, no entanto, sem os pais por perto, surgiu uma proposta diferente: irem lá pelo fundo do quintal e, dar uma nadada no córrego que passava logo abaixo.
Varley e Sirley não eram muito de se afastar de seu terreiro, mas pra não ficar feio, toparam a parada - e desceram quintal abaixo em disparada. Não foi difícil achar uma passagem na cerca dos fundos - e dali, mato adentro, ganharam mundos.
O córrego não chegava a intimidar pois dos joelhos não chegava a passar. Mas o negócio de tirar a roupa... Onésimo e Celinho, já peladinhos, exibiam seus glúteos ao sol, enquanto tentavam dar
suas braçadas. Maçada, por maçada,
Varley e Sirley, relutante, mas valentemente, acompanharam tudo,
mas só com os olhos. E os pés na água. E depois, afirmavam que não tinham medo de entrar n'água. De jeito maneira. O problema, alegavam é que Suzete estava vendo tudo. Aquela danadinha. Suzete, a cachorrinha!