O bonsai que quis crescer
Era um bonzai bonitinho ainda que já não tão novinho. Mas era a perfeita miniatura de uma de uma árvore de grande estatura. Naquela flora japonesa era atração com certeza, apesar de seu preço quase na estratosfera chegar.
No seu sétimo ano de vida começou a frutificar, cereja e mais cereja, de seus galhinhos começou a despontar. E proporcional à planta era cada frutinha, perfeitinha e vermelhinha.
No caminho da escola, como a gurizada no Japão não é muito chegada a uma bola, era na vitrine que se punha a mirar, chegando muitas vezes pra lição depois do portão fechar. Mas como deixar de admirar aquela coisa espetacular?
De dentro da loja, contudo, a arvorezinha não se sentia mais feliz, cada vez mais sozinha, sem poder compartilhar da vivacidade e alegria dos garotos. E mergulhado em tanto padecer, vem ao bonzai aquele desejo forte que não quer arrefecer:quer porque quer crescer, os galhos fortalecer para dar abrigo, frutos e diversão àqueles que se interessam pela sua companhia?
E tanto foi que desejou, que na noite um milagrese operou, só que ao inverso - pra não atrapalhar a ordem e o progresso: assim que chegou a manhã, tava ele, o bonzaizinho, arrodeado de Peter Pans.