Lili, li e reli...
Depois de praticamente meio século - quase o mesmo tempo que Fidel regeu os destinos e desatinos de Cuba - eis que me pinta, cara a cara, via net, a capa d´um primeiro livro escolar: Lili!
Margens cor-de-rosa, já um tanto esmaecido, umas estrelinhas brancas pra ilustrar, e no centro, a personagem-título: Lili. Loirinha cacheada, dos olhos azuis, com um livrinho à mão, e um cachorrinho ao seu derredor.
Ei-la de volta. Nas minhas classes de primeira série primária - tive duas, em razão de mudança pra cidade no meio do ano letivo - nenhuma menina se parecia com Lili. Talvez houvesse até mais bonitinha, mas que nada daquele seu escandinavo perfil tinha. Seria a Lili do livro uma menina idealizada, clonada de alguma obra importada?
Agora, importa nada, conquanto, de revista rediviva, seja recordada, com seu jeitinho de fada. Que só com excesso de doce se enfada. E que boas lembranças me evoca essa visão, ainda que nossa vera brasiLili pudesse ir da incandescente chama ao tição resiliente.
Aprendíamos os textos por meio de exercícios recortando as páginas, as frases e palavras e as recompondo novamente na sala de aula. Todo aluno tinha que ter sua tesoura, e seu envelopinho para guardar aqueles quadrinhos e retângulos.
E o maior cuidado para que o vento, esse aloprado-assoprado, não o pegasse desatento pra seu maior desalento...