Em algum lugar na infância
Numa tarde de verão o calor esta intenso, o ar um pouco rarefeito; observo as folhas nos galhos das arvores! estáticas, sem o minimo movimento.
O ambiente da sala é invadido por dezenas de insetos, que comumente
chamamos de siriri. Desde minha infância, quando os mesmos surgiam invadindo o ambiente, meus pais logo diziam! ai vem o verão.
Só adulto fui saber que esses insetos, os siriris! aproveitam essa época de estação mais quente para voar em busca de acasalamento, e quando isso ocorre, logo após o perder das asas, se transformam em monstros roedores os conhecidos cupins. Mais esses momentos que anunciam essa estação tão maravilhosa que é o verão, sempre me transportam a um tempo distante no passado de minha infância, que eu acredito deva
ser entre os quatro e seis anos de idade.
São tardes como essa de agora! com ruas e casas empoeiradas de uma
terra avermelhada, o cheiro de ervas queimadas na mata, noites quentes calorosas, com estrelas piscando muito intensamente; competindo com centenas de vaga-lumes em uma noite enluarada.
Na minha inocente, mais fértil imaginação de criança pensava! como
aquele inseto podia piscar tão fortemente com luz própria, se não esta-
va conectado a nada.
Acredito que tenha feito esse questionamento a minha mãe, mais não me recordo de sua resposta como explicação.
Que momentos maravilhosos são esses da simplicidade das coisas! que
acontece quando se é criança; um cachorro latindo ao longe, uma coru-
ja na noite que pia, o vaga-lume que pisca, um cheiro que fica.....!
Pier - 08/10/12 02:06hs