A câmera fotográfica (parte II)*

Aquela era a primeira cãmera fotográfica que a família adquiria. Como tudo que é novidade, havia até discussão para ver quem poderia manuseá-la mais vezes. Todos queriam usufruir do objeto e fotografas as coisas de que mais gostavam.

Pena que a máquina não era das melhores, ao contrário, era muito ruim. A definição das fotos, inclusive, era péssima. Ainda assim, por ser novidade e também por ser a única que eles conseguiram comprar, disputavam-na a todo instante. Com ela faziam fotos até mesmo do chão da cozinha.

Aconteceu, porém que, ao verificar no álbum da memória da câmera, a mãe percebeu uma foto muito estranha. Parecia de um bebê, mas ninguém tinha visto uma criança como aquela nos arredores. Era um bebê desconhecido. A imagem estava ruim, embassada, mas percebia-se que fora tirada na sala de estar daquela família.

O mistério era que nenhum bebê tinha estado na casa na data que marcava no mostrador. E a família começou a ficar assustada. A foto foi apelidada de "o bebê fantasma", todos que viam estranhavam e alguns diziam sentir arrepios.

Um dia, porém, o mistério foi descoberto. A mãe encontrou um poster antigo de sua filha mais velha, comparou com o bebê da foto e percebeu se tratar da mesma imagem. O filho caçula foi quem fotografou a imagem antiga que, colada à parede da sala e com definição ruim, ficou com aparência fantasmagórica.

* Kelly Vyanna. Membro da ACEIB/DF.

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