A figueira centenária. 
 

Já batia as 21h40minhs deste dia de agosto, noite um pouco nebulosa, mas aparentemente calma, a visão que se tinha a partir da janela humilde da casa de Brendha não era das mais apreciáveis, casa herdada de bisavós,  avós para pai, agora escritura lavrada em cartório constando proprietária a filha mais velha de nome Brendha, velha por dizer comparando aos quatros irmão, todos quatros irmãos ainda muito jovens.
Filha mais velha ajudavam os pais criarem os três irmãos mais novos, duas meninas contando com ela e dois meninos, dois mais novinhos mediava aí pelos sete anos de idade. Brendha, menina solitária, muito misteriosa, alguns  vizinhos via nela uma pessoa muito estranha, ainda mais cultuava uma seita secreta em que seus seguidores se reuniam de baixo de uma grande figueira que ficava à beira de uma estrada bem no fim da rua daquela cidade, esta moça fazia contato com os mortos, trabalhava com magia. Na saída da cidade, entre estes muros velhos até caindo aos poucos não guardava em nada este velho cemitério de mais de cem anos de existência.  Aos quarenta metros situava esta árvore centenária da espécie figueira, tronco de diâmetro enorme. As sextas feiras Brendha aguardava seus pais retornar do culto aí ela e suas amigas e outros amigos reuniam para suas preces chamam.
            Estava ansiosa, seu pai e sua mãe atrasaram, demorava muito voltar, o pessoal adepto desta seita descia a ladeira, passava de frente a casa de Brendha e chamava atenção dela dizendo que já estava na hora do evento começar, mas ela não podia deixar os irmãozinhos sozinhos, teria que aguardar seu pai e sua mãe chegar.
          Não pode participar dos trabalhos nesta noite, os pais de Brendha chegaram muito tarde, depois da celebração foram a um encontro espiritual.
          Nesta reunião ficaram faltando dois seguidores; Jacó e Brenda, Jacó teve que fazer hora extra no trabalho ajudar os doutores a fazer uma autópsia em um cadáver, teria que preencher um laudo médico em um presunto exposto em câmara fria a três dias, não deu para participar, o dever lhe foi mais preciso.   
           Mal amanheceu o dia todos ficaram sabendo do ocorrido, mais uma moça foi sacrificada em ritual de magia e veja logo quem seria esta vítima; Brendha estava escalada para morrer, mas o atraso do retorno dos pais impossibilitou a ida á este ritual macabro.
Jacó; o rapaz namorado da moça que morreu assassinada, ambos os amigos de Brendha, também participava destes encontros noturnos secretos, ele aparentava uns vinte oito anos, trinta talvez com aparência de Europeu devido sua pele clara e olhos azuis, as exigência de serviço, com suas próprias mãos teve que sepultar sua própria namorada, foi muito sofrido para Jacó que exercia a função de coveiro daquele velho cemitério, infelizmente com essa sua profissão já sepultou muito de seus amigos até irmãos ali naquela terra fria e fertilizada por uma infinidade de corpos desde mais de um século de existência.
Cibele era o nome da defunta namorada de Jacó o coveiro daquela cidade. Jacó também tinha muita história para contar, aliás, segredos esses que foram revelados todos para sua namorada Cibele que agora só existe no mundo dos mortos, na verdade Brendha, Cibele e Jacó todos possuidores de poderes paranormais. Agora que o grande amor da vida de Jacó jaz surge grandes interesses pela a jovem encantadora, linda como um pingo d’água de nome Brendha que era de personalidade muito semelhante à Cibele, foi fácil Jacó esquecer Cibele apesar de muito bela que foi nestes poucos anos de vida muito jovial,  Brendha também já havia ficado com Jacó sem que ninguém soubesse este encontro aconteceu á alguns dias recente, ela percebeu que Jacó era um bom amante, sabia como tratar uma mulher na hora do amor intenso.
Na noite de 14 de setembro deste mesmo ano de morte de Cibele, tinha que fazer uma reunião entre amigos de faculdade, tratava-se de um trabalho para final de ano, ficaram várias horas estudando em grupo para fechar o ano com as matérias em dia, se formaria daqui a mais um ano, seria uma fisioterapeuta.
Nesta noite Brendha combinou que sairia para algumas horas de amores com o namorado da amiga Cibele, o lugar de encontro foi o velho cemitério o mesmo que Jacó trabalhava no setor de sepultamento, local; necrotério sobre o granito de velar mortos tanto para Jacó como pra Brendha não existiria lugar mais adequado, adoravam este clima de velórios, este período noturno foi dividido em várias sessões, repetiram muitas doses de amor, antes de morrer Cibele foi traída pelo namorado e sua melhor amiga foi o pivô de tudo isso, morreu inocente não sabia de nada. Brendha e Jacó  estão intimamente ligados em um romance insolúvel ambos adoradores do mundo Gótico, gostavam de passear pelas alamedas deste campo santo, visitava os mausoléus mais antigos, Jacó conhecia muitas histórias destes habitantes perpétuos engavetados ali, falava com intimidade destes restos mortais, passavam horas sentadas em catacumbas de mármores gélidos,  contava histórias de fantasmas passeando em plena lua cheia, quando tirava guarda, neste cemitério, existiam peças de valores altíssimos de famílias tradicionais que foram sepultaram em carneiras e expostos em capelas,  havia riscos de serem roubados e comercializados por se tratar de metal de altos valores.
Jacó caminhando lado à lado  com sua namorada Brendha em passos vagarosos pelas passarelas em que dividem as quadras de covas,  convidou Brendha para visitar o mausoléu da família e contar um pouco da história dos entiqueridos, depois de caminhar alguns oitentas metro chegaram, era uma capela quase toda de vidro fumê, mas encostando os olhos nesta parede de vidros dá para enxergar, ela despertou interesse em saber quem são estes engavetados, aguçando a curiosidade lançou a primeira pergunta de um longo diálogo.
- Me conte quem são estes seus parentes... Gostaria de saber estas histórias. Brendha perguntou com exigência de respostas e foi respondida caprichosamente.
- São seis gavetões, estes mortos estavam em catacumbas, fizemos a exumação dos cadáveres e trouxemos para cá, para que fiquem todos alojados em um só ambiente.
-Aquele primeiro lá é o senhor Augusto, morreu à pouco mais de cincoenta anos, foi meu bisavô, dizem meus familiares mais antigos que, minha personalidade é muito parecida com estes meus bisavós  Augusto e Filomena. Aquela outra segunda de cima para baixo é de dona Renata, o outro foi meu bisavô cunhado. E tudo foi esclarecido.
-Sim!... Tem aquela da esquerda, está vazia, estamos para usa-la dês de alguns anos, mas a postulante ainda não morreu, estamos aguardando já alguns anos mas acho que agora vai, está bem próxima.
-Diz aí quem é ela que já está preparando para essa hora fatal, diz aí. Disse Brendha cheia de curiosidade.
Jacó respondeu com firmeza para admiração de Brenda sua querida namorada.
-Aquela gaveta está aguardando dona Filó, aquela que eu disse, minha bisa paterna que parece muito com a minha personalidade, a matriarca de toda esta família, agora em novembro completará 99 anos de vida se é que chega a completar. Depois lhe conto mais sobre a história de minha família que já vem de dezenas de geraçoes, eu tenho informações de tudo. 
Antonio Herrero/03/9/17    

      

Antonio Portilho antherport
Enviado por Antonio Portilho antherport em 03/09/2017
Reeditado em 09/03/2022
Código do texto: T6103598
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