Rejeitada no País das Maravilhas
Rainha das asas negras, ela só queria estar bem longe dali. De minishorts no centro da cidade, pó no nariz e all star sujo. Cabelo repicado, olhos delineados. Apesar de ser como muitas outras, ela ainda chamava atenção. Estereotipada, uma Alice que tentava reencontrar o buraco para o País das Maravilhas. Infância despedaçada, pais divorciados. Ela jamais os perdoara, mesmo com toda a preocupação da mãe sua tutora em entender tal comportamento. A mãe já desistira de lutar, deixara o anjo voar.
Alice era quieta, fria, distante. Não demonstrava muitos sentimentos, tinha raiva e preguiça de gente fraca. Ninguém se importara com seu coração quando ele mais precisara falar, quando ele queria gritar. Inconscientemente, ele se vingava contra todas as pessoas agora. Não se deve mexer com uma escorpianina esperando sair impune.
Ela não esperava muita coisa do destino. Sabia que a vida é apenas um saco entediante. Suas aspirações não iam muito além de alguns cigarros por dia e uma oportunidade de suicídio aos 27 anos. Queria morrer como uma verdadeira estrela, encontrar-se com seus ídolos que como ela optaram por encontrar a morte antes da mesma encontrá-los. Era esperta o suficiente para saber que não tinha futuro e o máximo de sorte que teria na vida seria se transasse com alguém famoso ou rico.
Esta fora Alice, a garota empurrada para fora do País das Maravilhas. Que de tanto lutar contra a Rainha de Copas, a Rainha dos Corações, acabara sem nenhum.