A vingança de Denis

1° Capitulo

Numa sexta-feira à noite...

—Vai Denis vamos curtir alias não é todo dia que se forma na faculdade né? — falei toda empolgada.

—Claro,vamos comemorar geral, como sempre digo “ A noite è uma criança” amore —disse gostando da Idéia.

Tínhamos acabado de se formar, fizemos a faculdade juntos, acabávamos de completar também 4 anos de namoro ,amava o Denis com toda minha vida ,íamos se casar e constituir uma família,mas depois desse dia...

—Oie Melissa tudo bem? —falei com minha irmã, que tinha acabado de chegar de sua viagem.

—Helena ? oi?,estou ótima e você ?ora ,ora ,vejo que está feliz—disse com um tom ironico.

Melissa sempre foi de competir comigo , até na beleza ,sempre foi fútil e mandona ,ela morava comigo, dividíamos a casa que era dos nossos pais.

—Acertou ,estou super feliz ,acabei de me formar—respondi.

—Que bom que você é alguém na vida, tem profissão e tudo —falou

—Pois é ,já volto,vou sair com meus amigos ,inclusive meu namorado Denis—falei anciosa.

—Sério ? ,continua com Denis ,achei que tinham terminado ,boa sorte na night —disse meio a vontade.

Não entendi quando disse “ continua com Denis” ,parecia querer azarar meu namoro ,vai entender a Melissa ,um dia quem sabe.

Me diverti bastante naquela noite,com minhas amigas ... o Denis não atendia a porcaria do celular, já estava começando a ficar preocupada . Decidi dar uma passada na casa dele, toquei a campainha varias vezes e nada ,fui embora.

Indo para minha casa ,chegando lá, abri a porta e...

—O quê? Meu Deus o que está acontecendo aqui?—gritei em choque com a cena que via.

—Calma Helena ,não é nada disso tá? Relaxa ,não aconteceu nada —disse Denis pego de surpresa ,sem ação .

—Como nada? Sua VAGABUNDA como pode fazer isso comigo?hein?Denis,você ?por quê? ,te odeio—falei com todo o ódio que eu estava naquele momento .

—Helena ,desculpa ,eu não sei o que dizer —Melissa disse como se fosse vitima.

Não! Não tinha acreditado vi Denis meu namorado,futuro marido,o cara que eu amava ,agarrado aos beijos com minha irmã. Sem pensar, atordoada ,fui direto ás escadas, no meu quarto ,em direção ao armário ,peguei uma arma carregada ,que era do meu pai ,antes de morrer ele havia me dado. Desci as escadas ,com minhas mãos tremendo ,apontei para os dois, que me olhavam sem entender .

—Helena ,calma larga isso ,põe no chão ,vamos conversar...—Denis disse com as mãos pro alto ,com medo.

—Vamos resolver isso, larga essa arma! Ficou maluca garota!—Melissa disse com seu tom “mandão” que tinha.

Não sei o que aconteceu comigo, dentro de mim o ódio me dominava por inteiro, traição, misturado com humilhação ,quando dei por mim ,tinha acabado de atirar em Denis, acertei seus pulmões ,ele caiu no chão de joelhos.

Sangues espalharam por toda sala, NÃO!, eu tinha acabado de matar Denis –meu amor- ,o quê?,sou uma assassina ,vou morrer na cadeia .

Chorando em pânico, deixei Melissa com aquele corpo morto, sai correndo pelas ruas ,como se fosse uma maníaca ou algo assim ,me sentia pior ,queria morrer ,correndo sem rumo ,destino,infeliz, culpada,humilhada,sei que meu erro foi pior.

Não podia ser diferente, Melissa me entregou á policia ,como eu tinha previsto ,fui parar na cadeia ,e lá se vai minha vida ,oito anos de prisão ,agora sim eu queria me matar ,não! Não desisti.

Os anos foram se passando, não rápido ,mais normal,e finalmente fiquei livre ,estava consciente no que tinha feito no passado e decidi corrigi-lo ,vivendo de novo outra vez mas não tão fácil como parecia...

Voltei para minha antiga casa, e não acreditei ,Melissa tinha vendido ,agora outra pessoa morava ali , que eu ao menos conhecia.Andei pelas ruas ,sem saber aonde ir ,grande parte da minha família moravam na França,ninguém aqui em Los Angeles ,não tinha dinheiro ,casa,amigos para ajudar ,apenas só a roupa do corpo.

Parei na praça, e sentei no banco ,decidi pensar no que fazer com essa “miséria “ de vida que tinha.

—Ei, Helena ,é você ?sou Pablo ?lembra?—disse um rapaz, alto,moreno,de aparência jovem até.

—Oi,não me lembro ,você era da faculdade?—perguntei confusa, não me recordava dele.

—Sim,não se lembra, eu e Denis éramos amigos e ... nem sei o que falar ,fiquei sabendo do acontecido, por que tinha que acabar dessa maneira?— disse Pablo triste se lamentando com a perda do amigo.

—Ah sim lembro de você ,e se veio aqui me julgar , perdeu seu tempo—falei nervosa.

—Deveria?cada um sabe o que faz da sua vida não?já pagou por isso ,espero.—disse firme olhando pra mim.

2° Capitulo

Pablo me ajudava a sair do “buraco “de vida que eu estava, aos pouquinhos fui me erguendo,consegui um emprego ,por enquanto morava em sua casa “provisório” .

Quando percebi estávamos apaixonados.

Seis meses depois se casamos, no começo sua família não me aceitava, até entendia sua mãe - quem iria querer uma ex-presidiaria como nora -.Tempos depois...

—Querido, tenho uma noticia—falei eufórica de alegria.

—Estou curioso, para de suspense amor ,o que é?—disse Pablo realmente querendo saber do assunto.

—Estou grávida, vai ser papai—respondi cautelosa mais emocionada.

—Temos que avisar há todos, vou ser pai,vou ter um filho—disse me pegando nos braços e me dando muitos beijos na barriga.

Dez anos depois...

—Crhis, por favor para com isso!—falei implorando.

—Mãe, sua chata, idiota,te odeio,sabia?—respondeu com ignorância.

Não sabia se era a idade que o deixava cada vez mais rebelde, e intolerante ,NÃO! Agüentava mais esse garoto meu FILHO! Eu o amava? Ou não? Como poderia uma mãe não gostar de seu próprio filho?sim eu sim ,desde pequeno ele vem me aborrecendo ,trazendo só problemas para minha vida ,era só comigo,Pablo,ele a tratava muito bem.

—Pablo vou levar mais vezes esse garoto a igreja, para ver o que ele tem—falei cautelosa,e segura.

—Também estou começando a me preocupar, querida deve ser a rebeldia da idade mesmo ,mais é estranho—disse pensativo até demais.

Decidimos levar Crhis para uma igreja que sua avó freqüentava muito, Dona Nair mãe de Pablo ,que no começo achou estranho não éramos de ir a igreja ,e agora íamos todos os dias durante 2 meses ,nada de Crhis melhorar esse seu comportamento insuportável que tinha.

—Parabéns pra você nesta data querida, muitas felicidades muitos anos de vida—reunidos a família, cantando, ao redor de bolo,bexigas azuis ,refrigerantes e suas velinhas de 11 anos que acabava de completar.

—Quem vai ganhar o primeiro pedaço de bolo Crhis?—perguntou Grace sua tia.

—Para meu pai, claro,odeio essa mulher—respondeu Crhis ,que me fuzilava com os olhos de ódio —Por quê ?essa pergunta vagava em minha mente ,sempre fui uma boa mãe ,fiquei nauseada com suas “cuspidas” palavras em publico.

—Crhis, o que disse? Para já com isso menino mal educado!—gritou Pablo que não agüentava mais seus insultos a mim.

Crhis derrubou seu bolo, destruiu a mesa, estourou todas as bexigas, enfim acabou com seu aniversario, todos olharam chocados, sem entender, esse tal comportamento num garoto de apenas 11 anos, eu? Menos ainda.

Naquela noite...

—Querida tem gente batendo, quer que eu atenda?—disse Pablo em direção a porta.

—Por favor querido—respondi me perguntando quem seria a essa hora da noite.

—Boa noite, desculpe incomodar, sou Geralda, amiga de sua mãe, posso falar com sua esposa,por favor?—disse uma mulher ,que nem conhecia, estranhei ser amiga de Nair ,aparentava ser tão sombria,suas roupas eram cheias de símbolos.

Ela entrou, se sentou no sofá, ofereci uma xícara de café ,não quis ,só observava minha casa de um jeito que me incomodou.

—Então senhora, o que deseja?—falei olhando para Pablo, que me olhava.

—Vou ser bem direta, sei o que se passa na sua vida, o que era, pode até duvidar sou espírita, sei de tudo até como ajuda-lá—disse com segurança na voz.

—Como assim sabe de tudo?me ajudar como assim senhora?—falei ironicamente.

—Bom, tenho muitos meios querida, não me pergunte como, pode não gostar, sim ajuda-la, com seu filho Crhis, que na verdade não é bem ele sabe... lembra do Denis?acho que sim, como poderia esquecer um assassinato ,então, eu sei... ele se reencarnou no seu filho ,a alma dele não está em paz, veio por vingança, apenas vingança, pelo que você fez—disse cuidadosamente olhando para mim e Pablo—que agora estávamos boquiabertos.

3° Capitulo

Então! Entendia, todo o passado de volta esfregando na minha cara como se fosse um lembrete do meu erro, mas esse era pior,achando eu que teria uma vida normal de novo ,mais AGORA! Denis está de volta no meu FILHO! —Que desde que nasceu me odeia,atormenta,prejudica—na real sempre foi Denis que me fez, Por quê? Não já paguei ficando oito anos naquela prisão maldita, não posso ser feliz, eu o matei, se pudesse voltar ao passado, mais NÃO!dá, agora ele quer me matar, mais isso não vai acontecer porque antes...

—Geralda não posso fazer isso, mesmo que seja ele, é Crhis meu filho, não tem outro jeito?—falei para ela, que me olhava com pena.

—Eu sei, já tentei de tudo Helena, isso é poderoso demais, eu ouço Denis ele vai matar você de um jeito ou de outro, tem que mata-lo antes, não é seu filho e você sabe, sua alma quer vingar.

Não escutei aquela mulher maluca, que poderia estar falando a verdade, matar Crhis, não!

A vida é uma droga e depois você morre..., era o que estava acontecendo comigo.

Pablo acabou pedindo o divorcio, achava que eu estava ficando louca com a história da reencarnação , não acreditava nem um pouco nisso. Foi ficando de ruim á pior, quando achava que poderia melhorar...

—Não! o que faço aqui senhor?Onde estou, por que não consigo me mexer?—falei cheia de dores—olhando aos redores era um quarto de hospital, eu estava com meu corpo todo enfaixado, seringas injetadas nos meus braços.

—Calma, senhora Helena Willinas, acabou de sofrer um acidente, vai ficar tudo bem, espero, não sei como a senhora sobreviveu, por um milagre—disse o medico que me avaliava com cautela.

Sim, sobrevivi por pouco, não me lembro do acontecido, estava estendendo as roupas na varanda do meu apartamento, no penúltimo andar, não me recordava como fui cair de lá, mais...

—Senhora, vou te dar alguns medicamentos para dormir, tente relaxar, tudo bem? , não poderia estar recebendo visitas, mais seu filho Crhis quer vê-la insistiu muito, vou deixar-los á sós—disse novamente o médico, que ia embora.

Não acredito! ,sim foi ele que me derrubou,Crhis, só ele estava em casa naquele momento, quem mais seria querendo me matar, Denis por quê não me deixava em paz?, por quê ? , Geralda bem que me avisou “ele irá mata-la”. E quase consegui...

—Não, por favor, não faça isso—sussurrei para Crhis que estava prestes a desligar o aparelho em mim.

—Oi Helena, só vou ficar em paz quando você morrer, tinha que me matar?tinha uma vida pela frente sabia?, não sei por que demorei tanto tempo para te matar,queria que tivesse mais sofrimentos sabe? Agora eu escolho não é?—disse Crhis, não! disse Denis, um jeito ironico na voz,meio sombrio.

—Não, não, socorro, alguém aqui...—implorei ,mais de mim só saiam sussurros.

—Adeus Helena ou ao Demônio?saiba que eu nunca te amei de verdade, sempre foi Melissa,sempre.

Ele estava indo em direção aos aparelhos, seria meu fim?acabaria assim minha vida?, quando percebi fiquei sem respirar, já meio inconsciente só pude ouvir os...

PI pi piiii pi pipipipiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii.

E veio a escuridão.

Fim

Historia psicografada por um mediun, em 2001 Los Angeles.

Marcelinha Almeida
Enviado por Marcelinha Almeida em 22/12/2011
Código do texto: T3402460