Meu Suicídio

A morte é a fuga do tédio. O tédio é a inconformidade com a vida e com o fato de existir... Seja melhor deixar de existir que se entediar por causa de uma vida sem sentido; seja melhor partir que ficar vagando sem destino, inconformado com o fato de existir sem destino... Tenho de deixar de viver... Vou morre sem saber o significado de existir.

A dor de partir me confunde. Não sei o que pensar, não sei o que fazer... São meus últimos momentos, meus últimos pensamentos e ainda não consigo entender. Sei que não mereço viver pelo que fiz, como o fiz e porque o fiz... Seria culpa ou a incógnita inconformidade... Sei que agora vou partir, meu desejo é deixar o fastio da vida mortal... Seria meu fim na ultima casa decimal dos segundos da minha existência.

Não consigo parar de escrever... Seria meu desejo subconsciente de descobrir um motivo até agora encobertado para abandonar esse desejo de não ser e findar como carne pútrida...

Mas já decidi. Não quero continuar a viver assim sem sentido e entediado. Quero ser purificado e partir para um...

Agora com tudo nas mãos bateu o arrependimento... Não quero simplesmente deixar de viver, quero deixar o tédio de lado e viver... As lembranças aparecem a cada instante. Queria só por um instante entender o sentido de existir... Vejo que quero viver, quero um motivo pra viver, mas nestas poucas linhas ainda não o encontrei. Difícil de encontrar um sentido em fragmentos de segundos, já que ao longo desses 22 anos não o encontrei...

Nesse instante é inevitável; o tédio me consumiu! Tenho poucas opções. Morre por mim, morre para não existir... Morre por não saber o que pensar... E morre pra me satisfazer...

Satisfazer um ego incondicional... Repleto de não aceitação a episódios.

Pronto! Que tudo se cumpra.

Nesse instante tomou o remédio, subiu na cadeira com um laço no pescoço. Saltou... Com o mínimo de força que lhe restava empunho em sua cabeça uma arma engatinhada... E num ultimo suspiro agonizante ouviu-se somente o estampido do revolver e um estrondo ecoou na imensidão. Morreu sem ser amado!

05 de novembro de 2010.

HÉLIO BEZERRA
Enviado por HÉLIO BEZERRA em 06/11/2010
Reeditado em 06/11/2010
Código do texto: T2599429
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