A cerimônia
Inúmeras velas negras iluminavam o grande templo consagrado ao Homem-Deus.
Em meio a uma multidão de seres encapuzados encontrava-se uma bela virgem nua. Assustada ela clamava por misericórdia e piedade. Nisso, uma das figuras ali presente, que se diferenciava dos outros por portar um grande rubi no pescoço, aproximou-se da jovem e disse as seguintes palavras:
-Ó irmãos! Se aproximem desta figura ridícula que vive se vangloriando de sua pureza e castidade, e façam sua grande obra diabólica.
Os homens tiraram seus mantos, e nus, começaram a dançar freneticamente ao redor da vítima.
O Grão-Mestre levantou os braços e sorrindo disse:
-Irmãs! Venham participar do êxtase divino!
Outras figuras encapuzadas então apareceram, jogaram seus trajes ao chão e revelaram esplêndidos corpos femininos nus e em seguida entraram na dança com os homens em êxtase orgíaco.
Nesse meio tempo, aparecera outra figura encapuzada carregando um cálice em suas mãos, e ao se aproximar da incrível dança o Sumo Sacerdote disse:
-Irmãos! Despejem o néctar sagrado nesta taça. Irmãs continuem dançando ao redor da virgem e usufruam o prazer propiciado pelo ente supremo.
Feito o trabalho, o Grão-Mestre apoderou-se do cálice e aproximando-se da inocente figura aflita disse:
-Vamos! Ó filha da perdição, beba este precioso líquido e nos revele seus desejos obscuros.
-Não! Por favor, não faça isso, tenha piedade de mim. Diz soluçando a aflita donzela.
O Sumo Sacerdote dá uma intensa gargalhada e olha fundo nos olhos da mulher.
-Vamos! Beba. Não acredito em suas palavras. Não seja uma leviana dissimulada e aprecie a comunhão com o sagrado.
Não há como fugir dos olhos que a tudo revelam. Um desejo apoderou-se da mulher que num frêmito de êxtase pegou o cálice e pôs-se a beber avidamente o que estava dentro dele.
O círculo novamente foi montado, e no centro dele, estavam o Grão-Mestre e a virgem.
-Agora! Disse o poderoso mestre, celebremos a comunhão divina.
Os dois então se abraçaram e teve início a cerimônia.