Um desejo de Natal

Naquela manhã, Paulinho acordou agitado.

Estava ansioso, esperando a resposta da cartinha

que tinha enviado para o Papai Noel, na tarde anterior.

Paulinho era um menino orfão, tinha 10 anos e morava

num orfanato desde muito pequeno.

No seu mundinho vivia sonhando com dias melhores.

Ele sonhava em ser escolhido por uma família.

Queria ter um lar, um quartinho só seu, talvez até

irmãozinhos para brincar com ele.

Queria sentir-se protegido e amado por alguém.

Igualzinho a muitos amiguinhos que tiveram a chance

de ser adotados e ter um lar de verdade.

E a cada ano que passava, Paulinho não perdia a esperança.

Foi então que teve a idéia de mandar a cartinha para

o Papai Noel. E os dias corriam, Paulinho seguia a rotina

no orfanato como sempre.

Distante dali, em outro bairro da cidade, viviam, Clara e Marcos,

um casal de meia idade que não podiam ter filhos.

Já estavam casadas há 12 anos, tinham tudo o que o dinheiro

podia comprar, uma boa casa, carros, eram bem sucedidos nas

suas profissões, mas a vida era muito triste, muito metôdica,

faltava a alegria de uma criança naquela casa.

Várias foram as tentativas para engravidar, mas todas frustradas.

Mas o destino vive pregando peça na vida da gente.

No dia em que Paulinho deu a cartinha para um funcionário do

orfanato colocar no correio, ele extraviou sem querer.

Por coincidência ele esbarrou na entrada do correio em Marcos,

com a colisão as cartas que o funcionário levava misturaram-se

junto aos pápeis que Marcos carregava.

Na confusão, Marcos nem percebeu que apanhou a carta no

meio dos seus pápeis e voltou para o seu trabalho.

Enquanto isso o menino não conseguia parar de pensar no

pedido para o Papai Noel.

E a tarde prosseguiu normalmente.

Marcos trabalhou até tarde no escritório e não teve tempo

de analisar aqueles pápeis, decidiu lê-los em casa.

No momento em que foi apanhar os pápeis em cima da mesa,

a carta escorregou e caiu no chão.

Marcos juntou a carta e ficou admirado pois está estava

endereçada para o Papai Noel. E ficou sem entender como

aquela carta tinha ido parar nas suas mãos.

Pensou, pensou muito antes de abrir a cartinha para ver se

conseguia achar o remetente da mesma, pois só estava

escrito o endereço do orfanato.

E mais espantado ficou depois que leu.

Dos seus olhos correram lágrimas de emoção ao saber do

pedido que o menino tinha feito para o Papai Noel.

As palavras do menino transbordaram o seu coração de

felicidade e esperança. Foi para a casa e contou a sua

esposa tudo o que havia acontecido e os dois tomaram

uma decisão. Iam visitar aquele orfanato e levar a cartinha

de volta para o menino.

No dia seguinte, Marcos ligou para o orfanato e combinou uma

visita para o próximo final de semana.

O resto da semana passou e logo chegou o Sábado, dia da visita.

Eles levaram balas e chocolates para distribuir entre as crianças

do orfanato. E quando chegaram lá foram recepcionados pela

diretora. Ela mostrou todo o lugar, o refeitório, os quartos, a sala

de recreação, a escolhinha onde os internos estudavam e por

fim levou-os para conhecer o Paulhinho.

Paulinho era uma criança esperta, alegre e muito falante.

Não demorou muito para ficarem amigos.

Depois daquele dia, o casal passou a visitar o orfanato

todos os finais de semana e a amizade foi crescendo

mais e mais a cada visita.

E o casal resolveu adotar Paulinho.

Deram entrada na papelada para adoção e ficaram aguardando

ansiosamente o resultado.

Combinaram de só contar a surpresa para Paulhinho, quando

tudo estivesse resolvido.

E o dia chegou, a diretora do orfanato ligou para o casal dando

a grande notícia.

Eles estavam emocionados, enfim iriam ter uma família de verdade.

Correram para o orfanato para contar a novidade ao menino.

Na hora que Paulhinho, soube da surpresa ficou muito feliz.

Ele já amava aquele casal e considerava eles como se fossem

os seus pais de verdade.

A vida de Paulinho mudou para melhor, agora ele estava seguro.

E conseguiu realizar o seu desejo de Natal.

Ter um lar feliz e tranquilo repleto de amor.

Christine Fujiwara
Enviado por Christine Fujiwara em 20/11/2008
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