ENIGMA- fim
Dez dias haviam se passado, e seu Genildo não comparecia no seu trabalho de coveiro, no cemitério. Um funcionário da prefeitura, sabendo que ele vivia sozinho, foi até sua casa. A porta estava trancada, apenas a janela do quarto aberta. Ele observou a casa vazia, em ordem, nenhum sinal de roubo ou violência. Os vizinhos também disseram que não tinham visto seu Genildo há dias, imaginaram que ele tivesse ido visitar algum parente noutra cidade.
Foi registrado a ocorrência do desaparecimento na polícia, mas seu Genildo nunca mais foi visto em lugar nenhum. O caso foi incluído na lista de pessoas desaparecidas e sem solução.
Numa outra cidade longe dali, o corretor de imóveis assinava satisfeito, o contrato de venda de uma ilha particular, com um hotel desativado, para um cliente. Fazia 12 anos que a ilha estava desabitada e colocada para vender.
O novo proprietário foi até o porto, tomou seu yate e desembarcou na ilha, sua recente propriedade.
Durante a noite o grande hotel estava iluminado, cheio de vida outra vez.
Na mesa do refeitório, o mordomo seu Genildo servia ao patrão o jantar.
— Sente-se e faça-me companhia para a ceia. Vamos fazer um brinde a nossa juventude.
Os dois sorriam exibindo seus dentes caninos pontiagudos, igual presas e os olhos cor de sangue. Aquela era sua recompensa, ter adquirido a imortalidade, por ter libertado do túmulo a Estrige, e ser o eterno servo do rei dos vampiros.
Uma hora depois dois grandes morcegos negros sairam voando pela janela, e foram revoar pela ilha solitária, enquanto o vento sossoprava pelas rochas um nome temido através das décadas — ♪ ♫ Drákulah, Drákulah ♪ ♫
♥ FIM