A CONSPIRAÇÃO DA SOCIEDADE DOS SETE
O presidente chinês estava na sua majestosa sala no complexo de edifícios da sede governamental, a oeste da Cidade Proibida. À sua frente foi disposta uma grande tela para uma videoconferência com os outros seis membros da Sociedade Dos Sete.
— Qual o motivo dessa reunião extraordinária? — indagou o patriarca da família Illuminati.
— O assunto é da mais absoluta importância, meu irmão fraterno. — Rebateu o presidente chinês.
Todos na reunião falavam a língua antiga dos Sete.
A cada cinquenta anos, sete pessoas influentes e poderosas de diversas nações são selecionadas para manter a tradição da Sociedade Dos Sete até o dia da Grande Destruição.
— Não se detenha, irmão. Diga-nos a causa desta conferência. — Apressou-se em dizer o primeiro-ministro inglês.
— Cada um de vocês vão receber um dossiê virtual neste momento. — Disse o asiático.
Apitos soaram na tela, indicando a chegada dos documentos para os outros membros.
Houve um momento de espanto, antes que o líder da OMS rebatesse:
— Você não pode estar falando sério?!
— Sim, irmão. Ele está! — afirmou o secretário-geral da ONU.
— Já sabia disso? — questionou o sócio majoritário da rede de televisão ABC.
— Digamos que, talvez, eu tenha contribuído com a resolução.
— Como pensa que sobreviveremos? Se isso também afetar a nós? — bravejou o rei da Índia.
Vozes enfezadas assomaram-se na reunião. Até que o político chinês fez-se ouvir sobre a algazarra:
— Irmãos, por favor, deixem-me explanar os pormenores.
— O que vejo é que está tentando assassinar a todos nós. — Soergueu ainda mais o tom, o patriarca Illuminati.
— Pensei que o extermínio mundial era agradável aos seus olhos, irmão. — Disse o secretário-geral da ONU, em tom de escárnio, para o Illuminati.
— Calem-se! — Ordenou o ministro inglês. — Deixem que nosso irmão se explique.
— Obrigado, irmão. — Disse agradecido, o chinês. — Como todos puderam analisar no dossiê, meus cientistas têm trabalhado incansavelmente para desenvolver um patógeno capaz de eliminar os componentes fracos da equação e deixar apenas os que ainda têm capacidade de produzir recursos.
— O que você quer dizer é que seus cientistas vão desenvolver um vírus que vai matar os mais debilitados. Sem nenhum escrúpulo você expõe isso em pauta. — Falou o proprietário da ABC.
— O que estamos oferecendo é uma alternativa para a escassez de recursos. Lembrem-se da Peste Negra, após a devastação, veio a bonança. As pessoas que sobreviveram, tiveram mais alimentos e foram dormir de barrigas cheias. — Escancarou o secretário-geral da ONU.
— E se alguém de nós formos atingidos por este vírus em desenvolvimento? — inquiriu o rei indiano.
— O antígeno já está pronto para os senhores e seus familiares. — Disse o asiático, calmamente.
— Qual a alternativa? — interpelou o líder da OMS.
— Deixar o número de pessoas aumentarem e ver a miséria se alastrar. — Falou o secretário-geral da ONU.
— Temo não termos muitas escolhas. — Suspirou o ministro inglês.
— Não, irmão, não temos! — exclamou o político chinês em condolências. — Quais os votos dos senhores, irmãos? — arrematou.
— Votamos sim. — Disseram os outros seis em uníssono.
— Sessão encerrada. — Finalizou o presidente asiático.
Após alguns minutos do término da videoconferência, o soberano da China pegou seu telefone criptografado e ligou para o supervisor-geral dos cientistas chineses e disse as palavras que abalariam o mundo:
— Ativar contenção de excesso populacional.