A menina que chorava

Foi no ano de dois mil e sete que tudo começou. Eu morava num sobrado grande de esquina e abri uma lan house para meu filho e meu sobrinho na casa debaixo do sobrado. Eu ficava lá para eles durante a tardezinha e a noite. A casa tinha dois quartos e o quarto dos fundos da casa, não era usado, somente como depósito e tinha uns computadores desmontados e algumas peças pelo chão.

Eu gostava de ficar lá, não tinha muito movimento, mas eu além de cuidar do balcão, tirava xerox, imprimia documentos. Uma noite, estava já tarde e logo fecharia a lan house, o último cliente saiu e foi quando pensei em ir desligar os computadores e olhei para o corredor que dava para os quartos e senti um arrepio, algo estranho, ao olhar diretamente para o quarto dos fundos. Corri para o outro quarto e desliguei rapidamente os computadores e fui logo embora. Não falei nada com meu filho e pensei que fosse meu medo ou algo de minha imaginação.

No dia seguinte fui para a lan house no mesmo horário e até tinha me esquecido do ocorrido na noite anterior. Passei o dia ocupada atendendo clientes, tirando xerox, fazendo impressões. Quando chegou a noite, novamente aquele arrepio quando estava indo em direção aos quartos. Mas desta vez eu ouvi um choro de criança, um choro sentido, profundo. Me deu um medo e saí correndo e naquele dia, fechei sem desligar os computadores. Só mais tarde, quando meu filho chegou, inventei uma desculpa e fomos lá desligar os computadores. E assim sucessivamente, por vários dias eu ouvia o choro. No quinto dia, eu olhei para o quarto dos fundos e vi uma menina de cabelos compridos, pés descalços e de camisola de algodão branco comprida chorando com as mãos no rosto e os cabelos eram longos e também cobriam o rosto. Saí novamente correndo e vim para casa. Não comentei nada com meu filho. No outro dia, meu filho que ficou lá a noite, pois eu tinha um compromisso e quando cheguei, ele me disse que ouviu no quarto dos fundos um choro e viu uma menina, tal como a que descrevi.

Eu falei a ele que já tinha visto e que era muito estranho e assustador, mas eu iria rezar, pedindo para que ela fosse embora e assim o fiz. A menina não apareceu mais. Passaram-se meses e não mais aconteceu aquele fato estranho e muito assustador. Tudo voltou ao normal a lan house e eu ficava lá sempre animada.

Um dia a noite, já em casa, meu filho no quarto dele vendo tv e eu no meu também vendo tv. Ouvi meu filho gritar me chamando. Eu fui correndo ver e ele me disse apavorado que a menina que chorava estava ali no quarto dele. Eu não vi nada, acalmei meu filho e naquele dia, veio dormir comigo no meu quarto.

No dia seguinte, a mesma coisa aconteceu, a menina que chorava estava lá no quarto dele, mas desta vez eu também a vi. Meu filho ficou muito assustado e nervoso e eu num misto de medo e terror, falei com a menina, e pedi para que falasse porque estava fazendo aquilo e que se ela precisasse de oração, eu faria para ela, mas que não mais aparecesse ou assustasse meu filho. Ela ergueu a cabeça e vi uma linda menina que me olhou com um sorriso nos lábios e com um rosto muito terno. Neste momento ela sumiu. Eu acalmei meu filho e rezamos para a alma dela e falei que nós não tínhamos culpa, se algo de ruim tivesse acontecido a ela.

Daquele da em diante, nunca mais a menina que chorava apareceu na lan house ou em nossa casa. Mas nunca mais esquecemos este fato ocorrido e as vezes, em nossas conversas lembramos e como ficamos sem entender o porquê desta menina com uma camisola antiga aparecia chorando de soluçar e mãos e cabelos cobrindo o rosto. A única vez que ela me olhou, foi naquele último dia de sua aparição.

Verdade? Sim, aconteceu. O motivo nunca soubemos. Coisas estranhas já aconteceram nesta casa? Sim, muitas. Tem medo? Muitoooooo. Peço sempre para que não aconteça de novo.

Mistério!

Sissili
Enviado por Sissili em 01/04/2021
Código do texto: T7221436
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