Aconteceu em Roma
Lico e Zé Lito residem na mesma favela, denominada Roma, na "Cidade Maravilhosa"; e são pais dos recém-nascidos Remo e Rômulo, respectivamente.
Intrigas e mais intrigas janela à janela. As famílias brigaram feio. Foice, facão. Peixe, machado e peixeira. Tornaram-se inimigas. O pai de Remo dizia: "vou dar tudo o que eu não tive para o meu; e foda-se o filho do vizinho".
Passou muito tempo. Rômulo ficou ladrão adulto. Lembrou o passado: "por que um fodido e o outro ter tudi, se podemos ser três fodidos e sem nada?
Assim iniciou, não a mitologia, mas a Sociologia do Direito Romano.
Poesias, Pedras e Enxadas
Poesias, Pedras e Enxadas
O sociólogo/filosófo por formação acadêmica, que também mandava bem como Pastor Evangélico e Político na cidadela Cidade das Flores, cruzou com o apressado Matuto e entre idas e vindas no proseado, declarou: "fiel, meu nobre e caro fiel, Clarice Lispector disse que escrever é lançar pedras no fundo do poço". Eu digo que escrever e guiar um povo, é retirá-las do fundo do poço."
E o compadre, ilustre e essencial lavrador, o que tens a me dizer sobre o trabalho?
- ora, eu cunheço o sinhô como guia de rebanho de oveias e não como poeteiro. Num interessa, o que é, e o que dexa de ser. Mais oia, respondeno a vossa pregunta, seja o que for e como for, eu e otros tantos existimo na Terra, pra cavuca o solo, aduba, semeia a semente, irriga com a chuva que Deus Pai manda do céu, coiê o que dé, transportá no lombo de animais, botá nas pratelera dos mercado, dispois vendê pro povo da cidade,
prá no fim, eles lotá o prato, cumê, cumê, cumê, com gosto e prazê. Resumino: nóis existe pra enchê barriga de político, Pastor e otros tanto, vagabundo. Discurpe a franqueza, excelença, mais a enxada, é a minha pena. E enfio ela no fundo da Terra; e iscrevo pro mundo porvá, ou mió, prus Florense lê".