A Petulante Observadora
Sussurrou a brisa matutina ao sol que esguia-se poente, era a hora do levante dos vivos, do aclamado dia seguinte, pois então o sol o colocou em seus ombros ardentes, assim como o faz toda manhã tal qual um animal domesticado puxa a carroça de seu mestre.
Em uma pequena janela uma inquietante jovem de Olhos atentos observa a real realidade, perguntando-se porque o planeta não se livra desses parasitas, são apenas oriundos do caos, fúteis e devoradores da fauna, não há paradeiro certo para eles, são nocivos, inóspitos e poluentes.
Estes mesmos olhos afoitos fitam algumas jovens a se divertir futilmente, pergunta-se ela, como essas pobres coitadas podem se divertir sendo virgens?
Ao lado ela observa algumas roupas sacudindo bravamente no varal, como se fossem prisioneiras, amarradas pelos pulsos, sendo largadas ao relento, tendo como flagelo o vento gélido e inquisidor.
Por fim ela se revela ao sol, para que ele a possua ferozmente, sua luz veio voraz cultuando a jovem, mas ao se aproximar o sol em luxuria senti-se arder,
o calor intenso e poderoso que aquela jovem emanava era de tal grandeza, que a esfera solar mais flamejante recuou de tamanho espanto.
Observando o resplendor do belo azul do céu acima ela caminha pelas ruas de asfalto solido, vendo as nuvens bater continência lentamente, ela percebe que os olhos dos postes estão apagados, aqueles que a noite registram os seres humanos ganharem outra forma, como monstros na madrugada, requintes ao luar e vassalos noturnos, voltando a realidade alguns prisioneiros latem ao ve-la passar, cães que vivem sua curta vida atrás de muitos portões, ela se pergunta porque do interesse deles ladrar para ela, como se ela fosse um pedaço saboroso e suculento de carne fresca ou um brinquedo macio que eles pudessem brincar de morder, ela até mesmo se sentia como uma cadela sendo cobiçada.
No meio do caminho, nuvens de cor assombrosa pairam sobre sua cabeça, ouve-se a canção dos trovões, o bramir da revolta de Deus, estava vindo sem aviso uma gigantesca tempestade.
Calmamente ela observa a tempestade com um olhar petulante, suas pálpebras se enchem de vigor afrontando a aproximação da onipotente vilã.
Um trovão ecoa em seus ouvidos, era uma voz aterrorizante que a fez estremecer e ter sensações indescritíveis de dor e de prazer, de onde pertencia esse ente de aspecto varonil? A tempestade assim como trombetas celestiais anuncia a chegada daquela que vinha desdo amanhecer até o alvorecer, do principio até o fim dos tempos, do primeiro ser terrestre até o ultimo a deixar de existir.
"Nymphe que há muito eu cativo, a desejo e a profetizo, sejais a partir deste exato tempo minha oferenda real, o sabor da sua alma fervente e da sua carne inóspita aguça e deixa minha vontade sedenta, tone-se minha, querida Nymphe".
Nymphe profere "Eu vim desde muito longe, desde muito tempo, morrendo e renascendo de frio e de fome, neste mundo sou humana, sou um animal, sou poeira, mas não deixo de ser gloriosa, prepare os seus olhos, aconchegue seu espirito e acalme a sua fúria, irei lhe mostrar o meu esplendor".