O REPOSITÓRIO DE LÁGRIMAS DE ROBERTA LEROY (em Utah, no Velho Oeste) - dedicado à Poetisa Roberta Souza
Cansada de tanto sofrer e chorar, Roberta Leroy seguia pelas ruas poeirentas de Utah, arrastando o solado de suas botas de couro. As pessoas, ainda estavam comentando, sobre, o Rodeio de Duelos, que acontecera recentemente na cidade. Os meninos ainda recolhiam pelas ruas, os cartuchos deflagrados, de quadras, poemas, contos, sonetos etc..mas, ela Roberta, se mantivera recolhida e chorosa, durante toda a movimentação daqueles dias. Contrita e com o coração apertado, por sua recente perda, não encontrava motivos para se alegrar. Chegou ao ponto, de quase se desidratar de tanto chorar.
Roberta Leroy, tinha um jeitinho inusitado e doce, de perpetuar a sua dor. Guardava os seus rios de lágrimas, numa lata, que já estava quase cheia, como um repositório, da sua imensa tristeza.
Os dias se passavam lentos e poeirentos. Roberta Leroy, como professora em Utah, cumpria as suas funções com afinco e dedicação, mas, o seu semblante dorido, chamou a atenção de Norma Cida Kent, uma menina que tinha o dom, de cultivar flores do deserto, só mesmo em suas mãozinhas, elas vingavam belas.
A manhã do Domingo seguinte, acordou silenciosa, só mesmo se ouvia os muitos passos, dos moradores seguindo para a missa. O Padre do momento, era jovem e, tinha um verbo convincente, estava sendo muito bem quisto em toda Utah. O nome dele era, Robert Jun, um homem de fé muito bem apessoado, que andava provocando suspiros em algumas mulheres, mas, nada disso, elas expunham no confessionário.
A pequena Norma Cida Kent, resolveu pedir ajuda ao padre Robert Jun. Ela estava aflita com a tristeza da sua querida e, doce professora Roberta Leroy, ele a ouviu com atenção e, ao final da missa domingueira, chamou Roberta para conversar. O teor da conversa de aconselhamento, não se soube, mas, de alguma forma, fez muito bem à professora, que no dia seguinte, chegou à escola com um grande bolo de creme nas mãos e, uma lata na bolsa de couro.
Às crianças se alegraram ao ver o bolo, mas, Norma Cida Kent, observou em primeiro lugar, o sorriso estampado no rosto, da sua querida professorinha,
Roberta juntou todas as crianças do lado de fora, pedindo que cavassem um buraco, que coubesse a lata que carregava. Assim foi feito e, ela colocou a lata dentro, cobrindo o buraco totalmente em seguida. Pediu à Norma Cida Kent, que plantasse sobre o montinho formado, uma de suas lindas flores. Dizendo a todos que, ali estava enterrado pra sempre, o seu repositório de lágrimas, símbolo da sua dor, mas, daquele dia em diante, só celebrariam a alegria de viver.
Às crianças se alegraram, principalmente Norma Cida Kent, que por sua vez, exultava de felicidade. Roberta Leroy, comunicou à turma, que depois da aula, fariam um lanche com bolo e refrescos, para comemorar, a volta do seu sorriso.
Quem sabe...talvez...esta história no Velho Oeste, tenha terminado enfim...com um final feliz.
* Recomendo a leitura, dos três contos de aventura anteriores:
- Ioiô Belle Carson - A Viúva Negra do Velho Oeste
- Rodeio de Duelos
- A Vingança de Miguel Jacó West
** Obs: Os contos independem, uns dos outros, é só mesmo uma dica.