Entre o querer e não poder...
Ela não esperava por nada naquela tarde.
Ele apenas acariciava sem intenção alguma
notas flutuam, desconectados, nada podia fazer...
mas... sob um prisma de querer e não poder
algo ascendeu... um incandescente despertar
eis que o vento inunda o ambiente
e o que era improvável
entre um deslise desconcertante e outro...
o embate ganha força... a conquista gera desespero
a sede se curva a vontade
e quando algo ecoa, eis que os lábios se calam
sobras dançam
seus dedos percorrem o vasto campo
os solos daqueles lábios
o frescor daquele mel
estonteante encaixe
os seios tomados
pele eriçada
estavam tomados
suas forças guerreavam
na luta perfeita do querer e não poder
entre um gesto e outro
os olhares percorriam caminho
ela resistia, ele procurava
ela estremecia, ele tocava
entreaberta... reconectavam
na mesma intermitência
seu querer margeava por algum sentido
sua vontade desaguava
resiliente expurgara prazer
entre o querer e não poder...