O Amor não Espera

O Amor não espera.

Marina é natural de Caravelas, cidadezinha com cerca de 35.000 habitantes no interior de Minas Gerais.A cidade sobrevive da pequena Agropecuária em poucas fazendas e principalmente da agricultura familiar...Mora em um pequeno sítio mais distante da Praça Central, na Estrada Naval sem número, juntinho da Fazenda Tupiniquim pertencente a família dos Abrantes.

A fazenda Tupiniquim é a maior da cidade com uma diversidade na produção de grãos, hortaliças, criação de de gado, porcos e de animais de pena... É de invejar o quanto é bonita e bem conservada às terras dos Abrantes .

Tem nascente de Rio, cachoeiras e além do mais o cultivo de rosas vermelhas, amarelas e brancas...Vista de longe da Estrada transmite a sensação de paraíso, cartão postal de rara beleza.  

Marina é solteira, 21 anos, moça clara, cabelos aloirados curtos bem tratados, olhos castanhos claros com olhares que cintilam e como emociona os olhos que brilham com assertividade e extasia, silhueta bem delineada e simétrica de tronco, membros superiores e inferiores, a genética que diz, um corpo de um designer, educada e fina...

Marina reside com seus Pais desde o dia em que brotou para a vida, tem 4 irmãos mais velhos, como caçula, os Pais sempre a pouparam dos trabalhos árduos dos campos de plantações.

Maria Clara da Silveira, nome completo, da família Silveira obteve dos Pais a oportunidade de estudar e já houvera completado o 2o. Grau. Aguardava com ansiedade a ida para uma grande cidade de Minas Gerais prestar o vestibular na carreira de Medicina, a família Silveira estava meio relutante em deixar Marina morar sozinha e longe deles.

Todas as 3a., 5a e sábado a tarde Marina arrumava-se lindamente com seu perfume de sândalo amadeirado e descia pelas passagens de terra batida entrecortada de rasteira grama verdinha até a porteira escada de madeira, muro de pedras, do sítio, sentar-se nós degraus de madeira envelhecida como nos quadros dos grandes pintores ; a espera bailava imagens e as suas pernas tremulavam entre as próprias pernas a sombra dos arbustos.

Esperava que um dos filhos dos Abrantes passasse dirigindo o pequeno caminhão vindo do Entreposto da cidade onde vendia parte da produção da fazenda dos Abrantes.

Faltando um quilômetro para chegar a porteira muro de pedras da Marina, reduzia a velocidade. Eta homem respeitador das leis do trânsito e os dois ao estarem em linhas paralelas a estrada ambos acenavam a cabeça, um para ao outro com tímidos sorrisos .

Ele seguia em frente e meia hora depois após, Marina retornava calmamente a sua casa , situada em local mais íngreme do sítio e no quarto os sonhos e devaneios a deixava encantadora. 

Numa 5a. feira o filho dos Abrantes não foi em frente , indelével indeciso, parou o caminhão e desceu em direção a Marina e os odores de sândalo espraiaram no ar...Em silêncio, os dois, ele pegou nas mãos de Marina acariciando levemente, as palmas dele sobre as palmas dela , as palmas calejadas dele nas palmas de veludo dela, um contraste de carinhos, inebriante, desafiante, eletrizante....Em silêncio ele ascendeu as mãos dela e delicadamente as beijou, e beijou, e beijou, mas, queria morder mordiscar por instinto.

Marina pressentiu algo novo, ele conteve e não se iniciou apressadamente. De mãos dadas assim permaneceram longo tempo, decisões difíceis entre o que é aprendido do pecado e os vulcões que desejam entrar em erupção das profundidades da alma.Marina ajeitou-se , e entregou seu rosto aos ombros de seu admirador a quem amava de Porteira, ofertou seus lábios a ele e um beijo então se deu.  As suas pernas que tremulavam entre as próprias pernas da porteira, agora fraquejavam a desmaiar, mas os fortes braços dele a segurou firme sem aoerta-la.

Nada falaram e aquietados cada um seguiu seus caminhos...A rotina era outra a partir deste dia iluminado. Marina descia a porteira noutras ansiedades e expectativas.Agora ele sempre descia do caminhão e reproduziram as primeiras cenas por dois meses 

Um dia Marina perguntou-lhe o nome.

- Eduardo Rocha Abrantes ao seu dispor.. 

- Eu sou Marina filha dos Silveiras.  A pujança da Espera dos dois indescritível.  

As conversas aprofundaram-se sem muitos segredos , promessas de futuro.  

 

Marina e Eduardo suportaram o angustiante desejo do Amor, uma espera de culpas a serem vencidas, enfim, passados 5 meses Eduardo virgem fez Marina mulher.  

Foram momentos de imensa grandeza que nem os arbustos verdinhos, a grama rasteira, contariam, e nem mesmo o escritor.  

Essa fase de intimidade de lágrimas, choros, prazeres, sorrisos e corpos bamboleantes contém e cabe aos dois, sem mais avaliações, descrições , muito menos neste singelo conto...  

Aprrsentaram-se as duas famílias e controvérsias não vingaram e logo estavam noivos. Casaram-se na Igreja Matriz Nossa Senhora de Fátima de Caravelas...Todos admiravam o relacionamento amoroso do casal...

Mudaram-se para um cidade maior, Navegantes, onde poderiam trabalhar e completar os estudos que Caravelas não tinha como oferecer.

Marina logo iniciou na Faculdade de Medicina e Eduardo completando o 2o. Grau...

Como o apoio das duas famílias abriram um comércio de Flores " Moradia das Flores" e ali trabalhavam juntos , morando na casa dos fundos da loja...Com 5 meses de casamento uma notícia motivadora...Marina estava grávida...

No 5o mês de gravidez uma tragédia mudaria as suas vidas.

Eduardo sofrera um acidente grave de carro e a solução foi a amputação da perna esquerda.

Eduardo internado, depressivo, dizia que sua vida ali acabou, que Marina não o amaria mais como antes...Com apoio irrestrito dos familiares das duas famílias , os dos Silveiras e dos Abrantes, a vida foi retornando a certa normalidade.  

Marina lutou bravamente para que Eduardo vivesse com naturalidade, como quase antes..  

Marina especializou-se em medicina esportiva e com obstinação convenceu Eduardo a ser um atleta paralímpico..

Durante anos de dedicação Eduardo hoje é um atleta que viaja o mundo participando de torneios olímpicos...Um quarto com muitas medalhas de ouro, prata, bronze... Marina, claro, é sua treinadora de natação, companheira, amiga, esposa e mulher...

Eles dormem  agarradinhos, ela coloca uma de suas pernas sobre a perna dele, assim ele sente que tem duas pernas e ela como se tivesse tres pernas, as duas delas mais a perna dele.

 

Antonio Domingos

Fevereiro 2022

 

 

 

Adffilho
Enviado por Adffilho em 24/10/2022
Código do texto: T7634772
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