A vizinha

Tudo começou quando ela disse:

- Sim, eu aceito

Estavam apaixonados, Renato pediu Carina em casamento, foi num jantar preparado para ser uma noite romântica, mas nada convencional como nos filmes onde o cavalheiro se ajoelha pede a mão da dama e todos ao local aplaudem. Ele pediu o vinho da preferência dela, depois de algumas taças o pedido oficial e o anel de noivado foi apresentado, esperou o momento certo, talvez o álcool fazer efeito. Depois desse dia foram 2 anos até o casamento, muitos preparativos e muita economia financeira para realizar o sonho dos jovens apaixonados. Podia-se ver em seus rostos, Renato era absurdamente apaixonado por Carina, ele amava-a com toda sua força e existência, até o dia do noivado foram 12 meses de namoro, ela também o amava muito, suspirava ao seu lado e estava muito ansiosa para esse dia chegar, finalmente. Entre o pedido até o dia do casamento, deram a entrada em um apartamento de classe média, bem localizado com supermercados, faculdade, praça de lazer, vias de acesso ao centro da cidade e próximo as principais rodovias do estado. Era o primeiro imóvel deles, estavam irradiantes. A festa de casamento levou 8 meses de preparação e foi uma noite incrível, inesquecível. No dia do casório choveu e tiveram que adequar a cerimônia para um local coberto, próprio para esses contratempos do buffet e o padre os aliviou quando disse:

- quando um casamento é realizado em dia de chuva é Deus abençoando o casal.

Parece que essas palavras ecoaram no coração de Carina, ela queria muito um casamento a luz da lua mas adorou que tivesse chovido e descido as bençoes de Deus. Todos os convidados estavam muito emocionados, parentes e amigos muito próximos do casal. Todos em trajes de gala, era uma noite encantadora cheio de emoções. Depois da cerimônia a festa correu a noite inteira e no fim o tão ansioso: enfim sós. Estavam exaustos, foram para o hotel onde escolheram uma bela suíte presidencial para sua primeira noite de casados, caro amigo leitor tudo foi planejado nos mínimos detalhes, Carina era muito detalhista, mas o ato da consagração do casamento eles só obtiveram na manhã seguinte, onde o amor deles prevaleceu sobre os primeiros raios de sol que adentraram nas janelas e todo aquele amor que fora guardado enfim aflorava. Mas não havia muito tempo a perder, logo eles estariam embarcando em um traslado para o aeroporto, sua lua de mel mal havia começado, com viagem marcada para o caribe, 15 dias com tudo pago, presente dos pais do casal, se uniram para desejar-lhes toda a felicidade do mundo.

Como num sonho, num conto de fadas, a vida segue e recomeça. Sua lua de mel inesquecível, acabara e ainda restavam alguns dias para o fim das férias de ambos, acredito que Renato também aderiu ao fanatismo religioso de Carina por organização, estavam de volta a tempo de receber as chaves do imóvel e começar a decorar e comprar os eletrodomésticos que faltara, ganharam muitos presentes de seus parentes mais próximos, contribuíram muito com os principais itens da casa. Mas faltara escolher piso cortina, o marceneiro. Levariam o restinho das férias que lhes cabiam. Por fim lar doce lar, estavam casados, apaixonados e vivendo o melhor período de vossas vidas. Renato logo voltou ao trabalho e Carina fora visitar seus pais que moravam em outro estado, ela tinha seus últimos dias de férias. Renato não podia mais estender pois no trabalho estava muito requisitado, os projetos que ele coordenava precisavam de sua atenção. Renato era o típico nerd, passou a maior parte da vida estudando, acredito que os livros o deixavam mais à vontade, não teve muitas namoradas mas casou com uma bela mulher, cabelos lisos, olhos verdes, pele branca, 1,65m, 50kg, corpo escultural, ela é linda demais sem querer ser clichê. Apesar de Renato ser um jovem atraente, seus amigos não se convenciam de como ele conquistara tão bela mulher. Ela admirava-o pela sua inteligência, um rapaz atraente e extremante educado e respeitoso. Nada podia interferir na felicidade do casal, a não ser....

Antes de Carina voltar da viagem da casa dos seus pais e retomar suas atividades no banco ao qual trabalhava, apesar de jovem já alcançara a gerencia, desmistificando qualquer mito de casamento por interesse, ela já era bem sucedida, formada em economia, fluente em inglês, aulas de alemão e cursando pós em finanças exteriores. Renato é chefe de desenvolvimento tecnológico de uma grande empresa de Software e havia tido um dia estressante, sua equipe atrasara o projeto do novo App em qual estavam desenvolvendo, sua viagem de lua de mel não havia sido planejada com tanto sucesso como imaginávamos leitor, mas como ele podia não o fazê-la? Tudo o que ele queria era agradar sua esposa, como qualquer homem apaixonado faria. Problemas com clientes sempre hão de existir, ele é desenvolvedor de aplicativos para celulares e como sabemos nesse ramo, quem chega primeiro é quem domina o mercado. Podemos ter uma ideia do estresse que ele passara, precisava se recompor. Fora pra casa mais cedo, precisava de um boa noite de descanso. Em seu novo apartamento, parou o carro na garagem, ligou o alarme, pegou seu casaco no banco de trás, seguiu até o elevador e apertou 7, seu andar, eles compraram o apartamento de número 71. Quando a porta do elevador se abriu, Renato como um robô já estava com as chaves na mão e sem olhar para os lados já fora indo abrir a porta do seu apartamento, ele só queria deitar e esquecer o mundo por algumas horas, quando deu a primeira volta na chave ouviu...

- oi vizinho

Ele se virou e lá estava ela, uma mulher, jovem, negra, linda. Acho que ele nunca tivera visto beleza tão estonteante em uma mulher negra, ou nunca tivera prestado atenção na descendência afro-brasileira. Ela é maravilhosa leitor, tem um jeito de mulher menina, um sorriso empolgante, seu cabelo enrolado em cachos, um corpo atlético, usava um shorts jeans que valorizavam seu quadril e com uma camiseta branca cavada, daquelas de ficar em casa, despojada, mas sem perder o charme que aquela mulher proporcionava. Ele sentiu o gelo subindo em sua espinha e ficou sem palavra alguma, ficando paralisado com tal visão de um mundo tão desconhecido. Ela muito rápida e esperta foi logo se apresentando e estivando a sua mão na direção de Renato.

- Sou a Natália, prazer

Puxando-lhe a mão e lhe dando 3 beijos no rosto e um abraço. Difícil descrever a reação de Renato, mas todo seu estresse havia passado nesse instante, suas mãos começaram a suar ele logo as enxugou nas calças disfarçando seu descompasso de ser pego de surpresa com tão bela mulher e ainda ser vizinha de porta da sua casa.

- Prazer, sou Renato, esposo da Carina

Bem meu caro, quero deixar bem enfatizado aqui que ele logo alertou a jovem e belíssima mulata que era casado, Renato nunca havia traído sua mulher, nem nos tempos de namoro, ele era fiel como um cão e amava completamente sua esposa, nenhum resquício de duvidas deve pairar sobre o amor que ele tinha com sua esposa aqui, mas devemos entender que ele ficou bem sem jeito com a presenta da Natália, ele pairou sobre sua beleza e compostura. Rapidamente ela já se despôs como queria ser chamada.

- me chama de Naty

Logo ela foi se entregando a menina levada que habitava e pegando a mão de Renato e puxando-o para dentro do seu apartamento afins de servir-lhe um café. A timidez dele sumiu e foi ficando à vontade com a nova vizinha, acho que ele pensou que era só um simples convite de boa vizinhança, ainda que fosse de uma jovem muito atraente e ele totalmente inocente, sei que agora nesse momento amado leitor, você deve estar se perguntando, um homem inocente? Mas quem em sua sã consciência iria atentar ao desejo com sua vizinha de porta, recém casado? Me coloco a supor que ele adentrou completamente e involuntariamente inocente ao apartamento da moça ou como posso também deduzir a cova do leão ou nesse caso, na casa de uma pantera negra. Naty é uma mulher muito astuta, rápida na leitura dos homens, jovem e muito atraente, me permite descrevê-la, tem um corpo escultural, magra atlética um lindo e amável rosto, sorriso branco e perfeito, cabelos crespo muito bem hidratados lindos e com bunda e seios durinhos, peço-lhes desculpas mas não tem como não perceber e não comentar meu caro leitor, ela ganhou na loteria do genoma, uma joia rara uma rosa negra de imensa beleza. Renato coitado, nem sei se posso me referir a ele assim, acho que que nunca teve chance de manter-se integro a sua esposa, era o desejo dela quem prevalecia. Naty foi logo servindo o café para ele que já aguardava sentado no sofá de sua sala, um belo apartamento todo decorado, na parede várias fotos de personagens ilustres negros como Nelson Mandela, Zumbi dos Palmares entre outros e um que lhe chamou a atenção, uma imagem com referência à estátua da justiça negra, também as luzes vermelhas que ela colocou ao redor das fotografias e uma parede verde ao fundo do apartamento, todo o restante pintado de branco e bem iluminado. Ela se acomodou e foi sentando ao seu lado, encostando suas pernas na dele, ele ficou um pouco sem graça e houve um disparo em seu coração, ela com toda disposição para tentá-lo logo apertou sua coxa e perguntou:

-você está nervoso?

Renato engasgou com o café e sentiu um calor vindo de dentro do seu corpo, a bebida quente não era mais bem vinda e colocou junto ao pires em cima da mesa de centro. Naty olhava para ele encarando-o fundo aos olhos, continuava a passar suas mãos nas pernas, (uma ressalva, não podemos aqui julga-lo, Naty era uma devoradora de homens), ele começou a passar a sua mão nas costas da negra maravilhosa ao seu lado e sentiu o corpo dela a reagir, uma chama emanava de dentro pra fora naquela mulher, num olhar fixo ele a beijou surgindo em si seus instintos primitivos, sim foi ele quem tomou a iniciativa do beijo, ela reagiu com sua língua adentrado a boca dele e seus corpos logo se entrelaçavam e deixando fluir o desejo carnal entre eles. Eu sei leitor, estas a perguntar mas como? Rápido assim? acabaram de se conhecer, mas não tenho explicação para isso, talvez ela fosse uma mulher dominante, uma usurpadora, outrora suas intenções seriam manipular ou somente atender-lhe o desejo que lhe convém no momento, mas disso nada sabemos e dela também nada se conhecia, além que morava no apartamento 74 e suas decorações afro no interior do seu apartamento. Renato e Naty não se contiveram, seus beijos permaneceram e seus corpos postos em chamas, ele logo puxou a camiseta que ela usava para cima, despojando-a dos seus peitos pequenos e moldados a perfeição da natureza, ele os beijou e acariciando sua cintura, deitando por cima dela como se ele tivesse o controle, era instintivo, primitivo, carnal, ele nunca havia sentido tanto desejo por uma mulher, ela com todo desejo por ele gemia baixo para delírio do nosso herói em combate. Ele se ergueu, tirou sua camisa com violência estourando os botões que pularam para inúmeras direções, ela com olhar selvagem espreitava-o com suas peças de roupa já caídas ao chão. Quando abaixou o shorts dela, somente sua calcinha a cobrira o restante de sua nudez, ele foi lhe beijando as pernas e rendendo suspiros máximos de prazer, agarrou sua última peça de lingerie e delicadamente desceu desnudando a moça de vez, talvez indefesa e com beijos em seus lábios inferiores tirou-lhe seu primeiro grito de prazer, seu gozo era imenso e ele feroz animal nunca estivera antes adentrado a uma mulher com tamanho desejo carnal, sua força por ela brotava, urrava, nunca antes ele havia sentido tamanha volúpia, nunca antes se sentia tão vivo, tão feroz. Bem os fatos decorrentes deixo para sua imaginação, não há necessidade de detalhar os próximos acontecimentos, mas posso sugerir que naquela noite, ninguém descansou.

Na manhã seguinte, Renato agiu como se nada houvesse acontecido, acordou cedo, tomou banho, esquentou seu leite com café, fez suas torradas com manteiga, se arrumou desceu no elevador sem olhar para a porta do apartamento 74 e foi trabalhar. Em sua mente não pensara no ocorrido da noite anterior, seria melhor esquecer ou agir como se nada tivesse acontecido. No trabalho com o corpo aliviado e sem estres colocou sua equipe em ordem, delegou funções e apertou os prazos, fez uma reunião com os investidores contratantes muito bem sucedida, parecia que tudo estava entrando novamente nos eixos. Aquele descanso que tirou no dia anterior rendera-lhe frutos, todos assim pensaram, mas nós sabemos quais frutos Renato havia colhido no seu privilégio descanso. Sua esposa Carina enviou lhe uma mensagem dizendo que já estava vindo embora, era sexta feira e iriam passar o último final de semana juntos antes dela também voltar ao trabalho, ele estava ansioso para ver sua amada esposa e ela fazias juras de saudades nas mensagem do celular. Renato aproveitou a boa fase e no final do seu expediente saiu com seus colegas de trabalho para um Happy-hour, mesmo após alguns copos de chope não tocou no assunto da jovem linda negra que era sua nova vizinha com ninguém, somente fez juras de amor a sua esposa e aconselhou aos maios jovens que o admiravam por sua expertise que procurassem o amor de suas vidas, todos deveriam encontrar. Renato nem sequer ao seu melhor amigo e confidente de faculdade fez qualquer menção sobre o ocorrido na noite anterior ou a dizer sobre a sorte de encontrar jovem atraente ao redor do seu domicílio, parecia realmente que ele estava disposto a esquecer qualquer infortúnio que havia ocorrido, mas nós leitor sabemos que não foi de nenhum mal grado para Renato, apenas estou a supor que ele pretendia seguir em frente sem nenhum remorso, pobre coitado. Ao final da confraternização com sua equipe, ele como homem metódico fez o que sempre faz, foi para sua casa, estacionou seu carro na garagem do prédio, pegou seu casaco no banco de trás, caminhou até o elevador e apertou seu andar 7, desceu do elevador com as chaves em punho e sem olhar para os lados e antes de chegar a porta da sua residência se abriu e ouviu:

- oi amor

Era sua amada esposa que voltara de viagem da casa de seus sogros, ele deu um sorriso tão estonteante, seguindo com um abraço apertado a sua esposa, faziam apenas alguns dias que não se viam e ficaram grudados em lua de mel a pouco, mas a saudade já era de ambos. Ela já carinhosa perguntou como havia sido sua semana, fazendo referência a alguma decorrência sobre o cliente em potencial que estava lhe tirando o sono, também já prevenida tivera tempo de preparar um jantar para eles no novo apartamento, não queriam sair porque suas vidas de casado começara naquele momento, sim leitor estavam casados mas pouco tempo tiveram para começar efetivamente a vida conjugal. Jantaram com olhares fixos entre eles, elogios carinhos, afeição, eles eram completamente apaixonados um pelo outro, ela sugeriu depois um filme romântico para enfim deitarem juntos ao sofá, mas quem disse que assistiriam a um filme? Os carinhos já levaram aos beijos e os beijos ao desejo um pelo outro, parecia que Renato estava ansioso por mais uma noite de amor com sua mulher, seria bem compreensível ela não seria sua última mulher que despojara e queria novamente estabelecer esse vínculo afetuoso com Carina. Entre os beijos as carícias ele logo foi despindo-a e aflorando sua paixão e na sua voracidade, ela ainda disse:

- hummm fiquei uns dias fora e você está todo empolgado....

Com todo clima formado, eles logo estavam se amando, uma pausa aqui para um comentário, Renato com sua esposa tem todo desejo de um homem por uma mulher, sua volúpia é imensa por ela, mas é algo diferente, tem o lado afetivo emocional envolvido, ele a desnuda com apreço, seus beijos são macios e sua ternura com ela excepcional, o ato deles fazerem amor é algo totalmente de entrega dos seus sentimentos de suas paixões e das suas cumplicidades é lindo imaginar isso, pensar que todos podemos realizar tamanho feito como as dos dois, é uma entrega cem por cento, de coexistir com os riscos envolvidos, mas eles se conheciam bem, se amavam, nada interferia na relação deles, nunca brigavam, o relacionamento dos dois era completamente insólito. Depois de toda vontade de se amar, como se ainda tivesse sido a primeira vez, enfim dormiram, abraçados, se houvesse um expectador nesse instante ele logo imaginaria que o mundo estivesse prestes a acabar e os dois somente aguardavam o fim. Na manhã seguinte, Renato levantou primeiro, com todo cuidado para não acordar sua amada, ela dormia que parecia que nada pudesse tira-la da cama tão cedo, colocou o café para coar na cafeteira, suas torradas com manteiga no forno e logo preparava um queijo com goiabada que Carina adorava, seu chá de redução de medidas que ela tomava pelas manhãs, um botão de rosa que escondera dela no dia anterior, preparando tudo para pôr a mesa e fazer-lhe a surpresa de um café da manhã especial, acredita-se que enquanto houver essas gentilezas entre o casal o amor deles nunca irá se consumar, de certo tens sua razão, essas pequenas gentilezas que o casal se expõe a fazer um pelo outro, sempre haverá uma centelha que nunca se apagará. Com a mesa arrumada, rosa num pequeno vaso de vidro comprido, ele pronto para acordar sua bela adormecida, um sorriso uma paz em seu espírito, ouve sua campainha a tocar. Quem será? Ele se perguntou, eram jovens moradores de um prédio recém inaugurado, não conheciam ninguém, mas eu sei meu querido ávido leitor e você também sabe quem poderia ser logo pela manhã a tocar a campainha do apartamento 71.

- oi vizinho bom dia, sou a Naty, aqui do 74, você tem açúcar?

Esticando sua mão para cumprimentá-lo ao se apresentar, em outra mão segurando um açucareiro vazio. Nesse instante Renato, congelou e um suor frio do lado da sua cabeça escorreu, ele não tinha reação, lá estava ela sua vizinha do 74 de pé em frente da sua porta aberta, ela de passagem já havia mudado um pouco seu visual, com um novo dread comprido, pouca maquiagem, usando um macacão jeans, uma camisa vermelha por baixo, uma carinha de santa, uma menina nova em uma cidade grande, parecia perdida e precisava de ajuda, Renato continuavam sem reação quando para sua surpresa sua esposa já vestida com um sorriso e uma felicidade em seu rosto disse.

- oiiii vizinha, sou Carina esse é meu esposo Renato, desculpe os modos dele, acho que não acordou ainda

Ela logo pegou na mão da nova vizinha dizendo para entrar e convidando-a para tomar o desjejum com eles, Renato nem preciso dizer como ficou sem folego, mas logo Naty como uma menina muito educada disse que o açúcar era na verdade um pretexto para conhecer os novos vizinhos, poucos ainda haviam mudado para o prédio, ela vinha do interior e não conhecera muitas pessoas e estava apenas querendo fazer novas amizades, sentia-se pouco sozinha. Carina ficou muito feliz em tê-la como vizinha, também ficara muito lisonjeada com sua amizade, Naty lhe contou que veio para cidade para fazer a faculdade, apesar de não ser tão jovem assim como todos pensavam e ela morava sozinha no apartamento. Logo as duas ficaram conversando como se conhecessem há anos, ela aceitou o convite incessante da anfitriã de sentar-se à mesa com eles, Renato disfarçava a sua insegurança enquanto as duas conversavam, elas riram muito juntas, apertavam as mãos uma da outra e o coitado já imaginava sua batata assando, como pudera ser ingênuo a ponto de se deitar com a vizinha de frente da sua casa e agora elas eram amigas e o pior, pareciam serem melhores amigas. Renato não suportava a ideia, sua pressão começou a cair, seu coração começou a disparar, não podia ficar no ambiente com as duas, se levantou, pediu licença para nova vizinha e se retirou para o quarto, onde logo se enviou debaixo do chuveiro com uma agua bem gelada, onde ficou sem pensar em nada e despedido da realidade.

-que agua friaaaa amor

Carina, já mudando a temperatura do chuveiro e se juntado ao banho matinal, ela parecia ainda com mais vontade de ter seu esposo, entrou no chuveiro toda despida, ele ainda desconcertado perguntou da vizinha:

-Já foi embora amor, agora é só nós dois?

Ela já envolvendo-o em beijos e descendo por seu corpo, estava bem safadinha para uma manhã, Renato não conseguia se concentrar, em sua mente vinha a imagem da vizinha de pele negra, sua mulher ao contrário tinha a pele bem branquinha.

-hummm o que foi amor, já cansou de mim?

Com essas palavras Renato olhou para sua esposa e reencontrou o amor o desejo que sente por ela, puxando-a para cima lhe acariciando em beijos e mostrando todo desejo que seu corpo tem por sua amada esposa, Renato é um homem de sorte, poucos conseguiram aflorar tamanha paixão por bela mulher, Carina também tinha seus métodos, quando queria ser maliciosa e naquela manhã Renato ganhou o seu prêmio, por ser um marido fiel e companheiro, estavam novamente unidos e a chama do amor acesa. E assim foi o começo do final de semana deles, a noite saíram para uma balada, com muitos drinks e seus amigos próximos, chegaram um pouco tarde e bem alegres, Renato estava disposto a dormir até mais tarde naquela noite.

Na manhã seguinte, domingo de manhã, Carina chamou Renato baixinho e ainda sonolento disse-lhe que não precisaria acordar, já estava pronta para sair e dar umas voltas com a nova amiga a Naty, Renato bêbado de sono, mal consegui compreender as palavras que ela ressoou, pois na noite anterior bebeu exageradamente, mas todos acharam que ele estava apenas comemorando, quando a porta da sala bateu, seu cérebro ecoou as palavras em seu subconsciente a ponto dele acordar imediatamente, seus olhos esbugalharam e quem poderia dormir? Ele logo correu para a janela onde era possível ver o carro na garagem e para seu pranto e desespero, as duas amigas que pareciam inseparáveis entravam no carro: Carina e Naty. Leitor, caso você tenha ficado com inveja dele nessa história, não fique, eu mesmo não queria estar na pele dele nesse instante, a sua nova descoberta vizinha amante despojada com sua recém amada mulher, as horas seguintes foram de pura tortura, alternadas com inseguranças, mandar ou não uma mensagem para sua esposa? dar lhe o privilégio da companhia da sua nova amiga?, ele sabia que Naty era uma pessoa muito agradável, mas até que ponto poderia confiar tamanho segredo a uma desconhecida? Justo ele quem trabalhava com projetos de futuros negócios, guardara segredos que poderia fazer novas fortunas da noite para o dia, ele Renato do qual era um homem seguro, maduro e confiável, sua reputação toda estava em risco, imaginava se aquela pequena mulher que acabara de descobrir a vida adulta contasse alguma coisa para sua esposa, como ele poderia viver com esse peso? Como ele poderia se desculpar com ela? Será que ela o perdoaria? Tamanha traição logo recém casados, justo com sua vizinha de porta, Renato não conseguia se concentrar, não conseguia assistir TV, não tomou seu ritual café da manhã, pensava em sair para caminhar inúmeras vezes mas não tinha força para chegar perto da porta. Por vezes quis mandar uma mensagem para sua esposa e saber que horas retornaria, mas não mandou, talvez por medo dela já ter descoberto, medo dela não responder, medo dela nunca voltar, Renato ficou simplesmente sentado no sofá olhando para a televisão desligada, pairado sobre as horas que passavam em lentidão. Mas para seu súbito acolhimento ouviu pela milésima vez a porta do elevador abrir e dessa vez a voz de sua amada mulher, ela estava de volta e pela sua voz notava-se que nada de diferente havia descoberto, ouviu ela despedindo-se de Naty com muito carinho pela nova amizade e só isso para ele já era um assombro. Quando ela abriu a porta viu Renato naquele estado disse:

- Renato o que faz sentado aí? ainda não trocou nem de roupa? Não fez nada?

Pronto, agora ele era um homem casado de verdade, sua mulher já começara a lhe dar ordens, e para sua alegria lá estava ela mandona, ele levantou-se rapidamente e com uma felicidade comovente foi para o quarto se arrumar, nada havia descoberto, mantendo a calma a postura logo tudo estaria esquecido e não se passaria de um erro, nada mais. Desde então tudo parecia estar voltando ao normal, apenas por um detalhe a mais, sua esposa estava feliz com a nova amiga, ele já esquecera o envolvimento com a vizinha e ela também parecia nada se importar ou querer dele, isso já o aliviara e muito. Tudo seguia como de se esperar na vida de Renato, até que naquela semana, no dia de quarta-feira, somente dois dias de tranquilidade seu interfone tocou, Carina atendeu, ele nada se importou, ouviu ela dar algumas risadas, deveria ser alguma nova amizade aqui no prédio, novos vizinhos tem chegado com frequência, e sua generosa esposa o chama:

- amor, você acredita, o chuveiro da Naty queimou e ela não sabe trocar a resistência, ela é sozinha e perguntou se você pode ir lá para trocar?

Renato, você não deveria ir pensou ele, mas como poderia recusar, ele iria sim, trocaria a resistência e voltaria o mais rápido possível, nem pensaria em cometer qualquer erro novamente, sua vida estava voltando ao normal

-Sim amor, claro, respondeu Renato.

Ele pegou sua caixa de ferramentas onde guardava no armário da lavanderia, possui algumas chaves de fenda de boca alicate testador de eletricidade fita isolante, grifo, essas ferramentas comuns que os homens têm em casa para apoiar sua masculinidade, mas no fundo mesmo tem pouca ou nenhuma habilidade sobre o uso delas, ele tocou a campainha do 74 e ouviu:

- pode entrar

Ele abriu a porta vagarosamente, e com a mão fechada batendo na porta ´´TocToc`` era o som das batidas, ela respondeu ao fundo no quarto:

-entra, fecha a porta

Ele entrou, fechou a porta e segurando a caixa de ferramentas como se fossem sócias ao peito para gerar um conforto e proteção, pairou no meio da sala e disse:

- oi Natalia, você precisa de ajuda com o chuveiro? A Carina me disse

Quanta ingenuidade dele, ela era uma mulher que sabia o que quer e na hora que quer, ela foi surgindo na porta do quarto escuro, enrolada em uma toalha amarela e outra na cabeça, deu para ouvir Renato engolindo alguma coisa, talvez o orgulho, o bom senso, o personagem de bom rapaz, o caráter, ela apareceu completamente no corredor onde havia luz e disse:

-veio concertar meu chuveiro?

Deixando a toalha cair e ficando completamente nua, lá estava ela novamente, o olhar dele era incessante, ela provocante, colocando uma mão na parede e outra na cintura, parecia que aguardava uma resposta, não sei o que eu faria se estivesse no lugar de Renato, mas confesso leitor que daria tudo para estar no lugar dele nesse momento, ele colocou a caixa de ferramentas de ferro azul no chão, sem fazer nenhum barulho, caminhou em direção a pantera provocante, passou lhe uma mão em volta da sua cintura e a outra lhe puxou-a para o lado, lhe ofertando um beijo devassador, ela já erguia o joelho afim de entrelaçar-lhe em suas pernas, no calor do momento, ele se sentia novamente animal, era diferente com sua esposa que tinha um sentimento puro, com a vizinha sua voracidade apunhalava sua alma, seus desejos eram infinitos e contínuos, logo a levou para a cama e sua sagacidade já estava plena, adentrou-a novamente com imenso desejo, ela queria jorrar os gritos de desejo ele a tampava a boca para não causar nenhum surto na vizinhança e claro para sua esposa não ouvir e desconfiar. Após longos momentos de prazer ele se sentou à beira da cama e com muita coragem tomou folego e perguntou para ela:

-Naty, o que você quer de mim?

Ela com seu sorriso maroto, de menina levada, quem descobrira sua força de mulher, sorriu e disse:

-depois a gente conversa, vista sua roupa, você não pode demorar, já trocou meu chuveiro.

Bem leitor aqui faço uma pausa, ou ele estava vivendo algo inimaginável ou apressando um desastre catastrófico na sua vida conjugal e profissional, fica aqui essa indagação.

Nos dias seguintes, ele passara sem olhar para a porta do apartamento 74, sentia calafrios só de pensar e desejos ardentes por aquela mulher, amava sua esposa mas também já nutria sentimentos ocultos pela jovem dama negra que convivera com o casal, ela começou a participar mais da sua casa, já conhecia a rotina do casal, sabia quando a sua mais nova melhor amiga estava em casa ou não, as duas iam para o shopping, corriam em volta do parque e continuava a ser a tentação do nosso protagonista, por exemplo teve uma noite que sua esposa voltando das compras com Naty sugeriu que ele a cumprimentasse também com um beijo no rosto, ela já é da família dizia, somos como irmãs, Yin Yang brincavam as duas. A tensão parecia não haver mais para o Renato, será que ele ganhou na loteria? Seria isso certo? Enganar sua esposa do qual tanto amava? Sua angustia começara a ganhar nova forma mas não conseguia suprimir o desejo por Naty e o amor com toda sua força por sua esposa e enganá-la com sua amiga não lhe fazia nada bem, isso que chamam de ressaca moral caro Renato, mas como lhe culpar? Você foi mero passageiro da vontade da sua vizinha, Naty ao menor sinal da saída de Carina procurava por Renato e Carina para ajudar também era uma esposa voraz e procurava ele todas as noites, apesar de toda essa corpulência ele dava conta das duas, pareciam que elas combinavam o dia. Renato quando estava com Naty era como um homem de neandertal, forte voraz, seus instintos primitivos aflorados, quando com Carina carinhoso, sedutor e majestoso em envolve-la em seus caprichos de prazer. É meu amigo leitor, parece que ele se deu bem, mas tudo na vida tem um preço, um preço alto a se pagar, estava ele vivendo sua vida maravilhosa, caiu-lhe no colo uma esposa amável de quem ele é completamente apaixonado e ainda descobrira o amor de uma jovem mulher negra, se perguntasse para ele com qual ficaria acho que não haveria resposta, nunca antes estivera com uma descendente afro e creia leitor, não havia lugar no mundo melhor para se estar. Mas enfim seu contos de fadas parecia por se findar quando recebeu uma mensagem de sua esposa no meio do expediente do seu trabalho com os seguintes dizeres.

- venha para casa agora precisamos conversar

Nunca antes ele tivera recebido uma mensagem dela assim, qual seria o assunto urgente do qual precisaria abandonar urgentemente seu trabalho? Acho que nós sabemos leitor, mas eu não vou dizer que fiquei com pena, dó do pobre Renato, na verdade poderia dizer que invejei sua vida até esse momento, mas por súbito um desespero cresceu em suas veias, logo imaginou o pior do qual já sabemos e nem precisamos aqui descrever, é existe um velho ditado, aqui se planta aqui se colhe meu amigo, tu plantou e fosse agora colher. Renato, respirou fundo, avisou seus superiores que deverias seguir para casa assunto urgente, recolheu seu ânimo sua virtude, era um bom homem e sabias que cedo ou tarde esse dia chegaria, não deveria sofrer por antecipação, dirigiu até sua casa, estacionou na garagem do seu prédio, pegou seu casaco no banco de trás do carro como fez pelos últimos meses desde que morava nesse condomínio, olhou para cima para seu andar o que não era de costume fazer, para a guarita onde os porteiros estavam a trabalhar, para a piscina do prédio do qual pensou deveria ter utilizado mais vezes, talvez iniciado seus treinos de natação, caminhou lentamente para o elevador, entrou e apartou seu andar o número 7, fechou a porta e começou a subir, parecia um eternidade os números a seguir os andares respectivos na tela do elevador 1.....3.....4...........5.............6............................7....por fim a porta abriu, ele com as chaves em mãos, olhou para o apartamento número 74 e não tinha consigo remorso nas lembranças, voltou-se para a porta do seu apartamento 71 e com força de Hércules virou a fechadura duas vezes e mais pesado ainda parecia a maçaneta, pesava 1 tonelada, abriu a porta e entrou, a sala estava na penumbra de luz de velas, o que para ele era uma surpresa, não conseguiu entender e pensou de onde surgiram tantas velas a iluminar vagarosamente o ambiente. Sua esposa vestindo um baby-doll branco muito atraente aproximou-se dele he dando um beijo com o gosto do champanhe que tomara, sem entender nada mas também sem perguntar nada, apenas a beijou de volta com a mesma intensidade, quando ela disse:

- vamos pro quarto amor, tenho outra surpresa pra você, só não acenda a luz.

Fim