Flor

Botas grandes, marrons, luvas nas mãos. Andou um pouco até encontrar uma flor no campo, entre tantas aquela se destacava. Admirou-a por um bocado de tempo, nem percebeu ele passar, quando deu-se conta já era a noite que chegava.

Gostou tanto daquela meiga flor que não queria deixá-la para trás, nunca mais veria ela se partisse, porém, mesmo que quisesse muito levá-la consigo, sabia da consequência; não achava justo, por egoísmo, tirar a vida daquela linda flor.

Contentou-se, guardou na mente a imagem, levaria ela, mesmo não sendo fisicamente. O apego repentino foi tão forte que, como despedida, beijou-a.

Então, seguiu o seu destino.

Ora, a conexão de duas almas incongruentes foi tão forte que, por todo chão que ele pisava estava a bela flor. Tanto andou pelo mundo, vagou com aquela companhia eterna, porém chegou um dia, quando ele já não andava tão depressa, que decidiu o destino decidiu a ele findar. Então pôde tornar-se flor também...

Rodrigo Hontojita
Enviado por Rodrigo Hontojita em 03/10/2020
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