Amor de Primavera

À medida que ela passava, seu perfume de rosas exalava, e perfumava o suntuoso salão. Foi quando nossos olhos telepaticamente cruzaram, e se entreolharam em meio à multidão. Estáticos confabularam, brilharam e porque não dizeres enamoraram, estava eu extasiado, foi amor à primeira vista.

Um misto de nostalgia inebriou e, o espaço ficou pequeno de mais para aqueles pares de olhos. Foi um momento mágico, místico e único.

Para não perdê-la de vista, já que estávamos agora distantes, pernas trêmulas e passos largos, tomei coragem e... Quando decidi, fui traído, e subitamente surpreendido, pelo meu melhor amigo “Rodrigo”, que as tirou para dançar.

Decepções à parte, não me dei por rogado.

Entre um intervalo e outro da música, estava eu insistentemente a observar os seus passos e gestos, seu corpo escultural deslizando e dançando suavemente por todo o salão, cabelos longos flutuando, sorriso à mostra, dentes alvos tal qual nuvens de algodão, clareava e brilhava ainda mais a imensidão do salão. Como num passe de mágica, alguém tocou meu ombro, ao virar, um rápido tremor, um calor invadiu e tomou meu corpo, vertigem, gagueira, pronto e agora? Respirei fundo! E... Como num piscar de olhos era ela, a diva, a deusa estava ali ao meu lado, tão próxima que só então me dei conta de quão azuis e belos eram seus olhos. Dos seus lábios vermelhos e aveludados ouvia o deslizar de sua voz suave e docemente como uma flauta pronunciando “dança comigo”?

Não? Pensei! Sim claro! Falei...

Com leveza e cuidado, tomei-a em meus braços, conduzi até o centro do salão e...Para minha surpresa, minha música favorita tocou.

Noite perfeita! Cenário perfeito! Era só amor.

Toque, cheiro, pele, sussurros ao pé do ouvido, tudo isso me deixou louco enfeitiçado e perdidamente apaixonado.

Os raios de sol já anunciavam um novo dia, e ali coladinhos e unidos estávamos nós a sós.

Seu nome?

“Amor de Primavera”.