MARTINS & ESTHER

As antigas estações de trem brasileiras | Portal Memória Brasileira

Gerações de amores estraçalhados, desejos aflorados, ranso, traições e picardia.

Nos dias de hoje, Martins e Esther, eram os descendentes dessas gerações, à princípio parecia que a saga e o seu curso desastroso prosseguiria. Mas, existe uma força muito maior no Universo e que mudaria tudo, o AMOR.

Apesar das opiniões contrárias de suas famílias, dos impasses e intrigas infindáveis, o relacionamento deles baseado no carinho, confiança e muda cumplicidade, prosperava.

Cada batalha familiar ganha por Martins e Esther, era um passo mais perto da vitória daquele guerra sem sentido. O amor deles lhes fortalecia e motivava. Já tinham se passado cinco anos e a desaprovação dos familiares de ambos continuava, mas, uma ideia já vinha tomando forma em suas mentes e encontrava apoio em seus corações, a fuga...o que os prendia? 

Martins tinha algumas economias, sem um teto e alimento por certo não ficariam, até que que Martins arranjasse um emprego. Esther por sua vez, poderia dar aulas particulares para crianças e adultos, além do mais ela tinha uma caixinha de jóias por herança da avó,  ficariam bem. Porque adiar mais, se as pessoas que eles gostariam que lhes apoiassem  ao contrário, tentavam de todas as maneiras separá-los.

Martins foi encontrar-se com Esther e combinar a fuga, tomando papel e caneta da própria casa de chás onde estavam, escreveram duas cartas para suas famílias e só colocariam nos Correios momentos antes de sua partida, que conforme combinaram seria em três dias, o trem parava em seis cidades diferentes, então, saltariam na de nome mais bonito, Deus estava com eles disso tinham certeza, afinal Ele é amor.

Tudo arranjado, uma empregada da casa de Esther era sua aliada, colocou o que seria mais necessário em uma grande mala e os acessórios menores, numa maleta. Escondeu tudo na garagem à noite, quando Martins passaria para pegar, ele fez o mesmo com o que achava imprecindível levar. Tratou uma charrete, alugou um espaço numa estrebaria para deixá-la guardada até duas horas antes da partida. 

Martins, muito bem trajado no dia combinado, passou para pegar Esther logo depois do almoço, ela também vestiu-se com apuro, levando consigo uma capinha para o caso de esfriar. Na pastelaria no centro da cidade fizeram um lanche reforçado, compraram alguns biscoitos e duas garrafas d'água para viagem. Resgataram suas bagagens, passaram pelos Correios, compraram selos e depositaram as cartas para suas famílias, na caixa que existia na estação de trem. 

Ao embarcarem nem se deram ao trabalho de olhar para trás, pensavam apenas no novo horizonte que à frente deles se descortinava, a distância das péssimas energias os serenizava e a maior bagagem que carregavam consigo, era o amor que os impulsionava, o futuro à Deus pertencia.



* Imagem - Fonte - Google
* jws.com.br
Cristina Gaspar
Enviado por Cristina Gaspar em 15/06/2020
Reeditado em 17/06/2020
Código do texto: T6978233
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