AMOR E TERNURA

 
 
Quarta-feira, Carlos arranjou uma desculpa e safou-se de jantar com o amigo Ernesto, disse-lhe que estava muito cansado, tivera um dia extenuante, e isso era um pouco verdade.
Jantou na Baixa e depois dirigiu-se para casa.
Não havia ruído no andar ao lado, Carlos depreendeu que Lúcia não estava lá, ainda era cedo, não podia estar já a dormir. Foi-se deitar.
Mais tarde, tocou o telefone, era ela. Acendeu o candeeiro de mesa, eram onze e meia da noite.
- Estavas a dormir? Desculpa se te acordei. - Ela falava baixo, ele presumiu que para não acordar o filho.
- Não, não estava. Então, houve algum problema?
- Não, fui jantar com o Luizinho a casa de umas amigas e só me despachei agora. Estou aqui ao lado, em casa. Ele já dorme.Tens muito sono ou queres conversar um pouco comigo?
Carlos ia responder-lhe sinceramente, mas lembrou-se de quanto gostava de Lúcia, de quanto era sensivel e acabou por dizer que adorava estar com ela e não só para conversar… Ela riu e disse: - Claro e eu também. Espera dez minutos.
Foi abrir a porta, deixando-a encostada e passados minutos, Lúcia entrou, não deu por ele, pois estava atrás dela, vinha com uma bata de Verão, leve, que Carlos desabotoou rapidamente. Trazia roupa interior branca reduzida, rendada. Ele só tinha uns calções vestidos, encostou-se a ela, beijando-lhe a nuca, o pescoço, depois os lábios, enquanto lhe desapertava o soutien. Despiram-se um ao outro, ansiosos e trémulos. Carlos sentia-se terrivelmente excitado, Lúcia também não disfarçava o seu desejo e fizeram amor demoradamente, perdendo a noção do tempo. Ela acariciava-lhe a nuca e dizia, numa voz cálida, sussurrante: - Meu amor, meu amor…
Ele respondeu: - És a minha deusa.
Ficaram abraçados, esquecidos no tempo.
Depois de um duche retemperador e quando esperava que ela saísse do banheiro, Lúcia surgiu com o roupão vestido, ficando estática a olhar para ele. Carlos parecia tão deslumbrado com aquela aparição que lhe pediu:
- Querida, abre o roupão…
- Porquê? Ainda há pouco me tiveste nua nos teus braços…
- A razão é simples… Tudo o que mais quero na vida, o ser que mais amo está nesta sala, à minha frente… E olhar-te é a mais bela imagem que alguma vez poderei obter…
Ela sorriu enlevada, abriu o roupão e expôs-se para ele, depois deu alguns passos até o alcançar. Acariciou-lhe o cabelo e Carlos, sentado no sofá, envolveu a sua cintura e beijou-lhe o ventre e os seios, encostando-lhe o rosto…
- Amo-te tanto…
Foram dormir e acabaram por demorar bastante a acordar, chegando tarde ao trabalho...




Excerto do meu livro “MEMÓRIAS DE UM SEDUTOR"







 
Ferreira Estêvão
Enviado por Ferreira Estêvão em 12/02/2020
Reeditado em 12/02/2020
Código do texto: T6864588
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