LEMBRANÇAS BUCÓLICAS


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Quando vi as roupas rústicas dependuradas no alpendre, tanta coisa voltou sadia à minha mente. O cheiro de mato, o mar amarelo das espigas de milho balouçantes, o céu azul límpido, o canto dos pássaros livres, as águas cálidas do riacho, o leite espumado, a broa doce da Vó Maria, suspirei saudosa.

A casa grande hoje vazia de sons e repleta de espaços, as janelas nuas de cortinas, agora ecoam apenas a passagem da brisa fresca do entardecer. No curral, as vacas môcha e a malhada não mais balançam os badalos. O velho cavalo baio nunca mais voltou de seu trotar matinal, com certeza seus cansados ossos enfim, adormeceram.

As maiores perdas não são materiais, são as que remexem dentro d'alma. Me desfazer da propriedade será fácil, está bem conservada e tem bom valor no mercado, mas,  tudo que vivi ali naquele lugar não tem preço, está tatuado nos sorrisos dos pulsares do meu coração.



(Simples inspiração)

*Imagem - Fonte - Google
*valencaagora.com 
Cristina Gaspar
Enviado por Cristina Gaspar em 15/01/2020
Reeditado em 27/01/2020
Código do texto: T6842580
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