Eu nunca beijei
Pode parecer loucura ou causar estranhamento para alguns. Me chamo Rodrigo tenho trinta anos e nunca beijei. Sim nunquinha, promete que acredita neste ser que vos fala?
Pode se perguntar como assim isso é impossível? Mas vamos voltar um pouco no tempo.
Antes preciso esclarecer alguns pontos: primeiro como diria os jovens de hoje em dia sou BVL (nunca dei um beijo de língua ou de novela como preferirem), porém a brincadeira da verdade ou desafio não me deixou imune aos selinhos. Dito isto vamos aos fatos.
Em 2004 comecei a ter muitos problemas com espinhas o que fez com que meu rosto ficasse repleta delas e estas causaram marcas, apesar de fazer o tratamento nada parecia adiantar e aí começou todo o problema, pois a minha autoestima foi afetada de uma maneira brutal. Eu que era uma pessoa alegre e extrovertido, passei a me isolar e evitar muitas situações. Passei a me ver como um mostro e comecei a ter uma imagem muito distorcida do que via no espelho quanto mais me olhava mais me odiava, entrei numa profunda escuridão.
Sim aos vinte os problemas com as espinhas diminuíram, mas o estrago já estava feito.
Não tinha a ver com olhar das pessoas, tinha a ver como eu me via, tive muitas oportunidades de ficar com várias meninas e até cheguei a gostar realmente de uma e eu era correspondido, pois ela me falou, mas eu não me sentia capacitado emocionalmente para me envolver. Sempre me questionei como eu poderia gostar de alguém se não conseguia gostar do meu eu? Então decidi não me envolver com ninguém. Nunca tem a ver com as pessoas é como eu me sentia.
Não existe uma idade certa para o primeiro beijo o que precisa é que você se sinta confortável. Se vai ser bom é outra questão! Muitos diriam que pode ser estranho, alguns o descrevem como sendo nojento e outros ainda diriam que pode ser desajeitado. Contudo para acontecer é preciso estar disposto a arriscar. Então quem sabe não seja a hora de encarar de frente e recomeçar. Sempre deixando as coisas fluírem naturalmente sem pressão. Tudo tem seu tempo e o do outro não é o meu. Deixe que o tempo me ache e eu me perca e desvie a curva por um milésimo segundo.