Tempo de milagres

Escureceu, logo corri para tomar um banho e já atrasada peguei uma camiseta preta e corri para esperar minha corona. Ouvi o barulho da buzina, mas lembrei de que havia se esquecido de passar o batom rosa. Estava ele de camiseta preta e calça jeans assim como eu. Juro que não combinamos. Aconteceu, assim como sempre acontecia.

Apaixonamo-nos pela essência e sincronia fora do comum ou fora do que já tinha passado em nossos caminhos. Estávamos deslumbrados com a beleza que ao nos encontrarmos parecia que nada mais existíamos apenas nós.

Pedimos nosso suco preferido, enquanto ficávamos longos minutos lendo todo o cardápio. E no final escolhíamos o mesmo prato. Comemos, assistimos a um bom filme e nos pegamos dormindo na mesma cama ao som de Adam Lambert.

Passaram anos, amores indo e vindo, mas o nosso permanecia a se intensificar de uma forma que não conseguíamos controlar todo alvoroço que nos rodeava e nos deixava hipnotizados pela vontade de termos um ao outro.

Mudaram as estações e com tudo que vivemos esclareceu que o reencontro foi uma questão de estar um pelo outro e aqui estamos. Por favor, quero um suco de maracujá e um filé mignon ao molho gorgonzola com batata rústica. Que seja tempo de milagres.