Tóxico

Eu deveria saber que era tóxico. Aliás, deveria ter uma placa pendurada em você, escrita: não se aproxime. Talvez, se tivesse essa placa, eu não teria sofrido com tais efeitos, ou não. Talvez eu fosse abusada demais e me aproximaria mesmo assim. Eu devia saber que acreditar naquele sorriso seria perigoso demais. Devia saber que se as coisas começaram a dar certo é porque algo estava fora do lugar. Eu devia saber que era tóxico, deviam ter me avisado. Mas, não. Deixaram-me ir, como uma criança atrás de um doce. Eu fui. Inicialmente, com medo. Mas fui. Mergulhei de cabeça. Fui feliz. Mas era tóxico, e me corroeu por dentro. Hoje sofro de abstinência. Era tóxico, mas eu não tive a ciência. Era tóxico, mas quis achar que não era. Intoxicou minha alma e, hoje, exala pelos poros. O que faço com tudo isso? Qual o tratamento pra essa intoxicação? Uma dose de álcool, sabores e diversão? Não. O melhor remédio é o leve passar do tempo, um lugar diferente, um banho quente. Algo que tire tudo isso da mente e limpe o corpo por dentro. Eu deveria saber que era tóxico, hoje eu sei.

Amanda K Abreu
Enviado por Amanda K Abreu em 20/05/2018
Código do texto: T6341853
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