Ciclo Vicioso
Perdão pelo meu mal-estar e por estar sempre de mal contigo.
Perdão por eu ser tão indeciso e sempre criar fogo-amigo em nossas conversas.
Perdão pelos tragos de cigarros que dei e compartilhei com outras bocas em noites que você esteve ausente.
Perdão por eu andar tão perdido de mim que, quando me achei, me refiz e se desfiz de quem eu fui por tanto tempo, só para eu me sentir indiferente ao ponto de nada mais causar dor aqui dentro.
Perdão pelo alter ego do meu ser, aparecendo mil vezes ao dia enquanto eu falo com você, e te assustando ao ponto de fazer tudo entre nós desaparecer.
Ô, meu bem, sou um poço de defeitos que não são capazes de serem consertados. Perdi-me nas palavras bonitas que eu dissera mil vezes próximas aos teus ouvidos e nas promessas que foram quase impossíveis de serem cumpridas.
Minha garota, me abraça como você sempre abraçou, mesmo que pela última vez. A gente se despede hoje, de vez, e, quem sabe, lá na frente, reencontra-se mais uma vez e tenta tudo outra vez, como todas as vezes, a gente fez.
Entre as taças, brigas, abraços, lágrimas, frases, fotos, noites, madrugadas, sentimentos e o carnal presente nesse período, 60 dias depois, encontramo-nos onde jamais imaginaríamos estar: longe um do outro.