4 Estações
Já dedilhou as cordas de um violão? Sentiu como vibram? Como ecoam e aguardam o complemento da voz que se torna uníssona em sons do acorde? Poder! Assim como as palavras. Já disse "eu te amo" com força interior? Sem se errepender depois?....
Era outono, quase primavera, sei lá. Isso não tinha tanta importãncia assim. Os pratos jaz com pequenas fagulhas do que foi servido, copos, bom esses se mantinham acesos. Só sei que a chuva insistia em bater na janela, no telhado formando um dialeto, uma comunicação só entendida por quem estava presente.
As mãos estendidas sobre a toalha pediam um toque, tipo nas flores do jardim, já molhadas pela chuva. O som vinha dos olhares, insinuantes, intrigantes, não distantes....
Lembra da chuva? Ainda ditava o ritmo fiel e constante selando esse momento adoravelmente profano.
O copo, as vezes, era movimentado, fazendo ondas que quebravam nas bordas, já sedentas e suadas. Como se sua única função fosse de levar alento as palavras que teimavam em não são sair. Talvez se guardassem para mais tarde.
Então, você disse! Entendi ... t amo... Houve um tremor na força. Não deixaria que o lado negro estragasse o que o universo criou no "aqui e agora".
Apenas sorri, e dirigi meu silêncio em forma de beijo na sua mão! Trêmulas pela verdade dita. Ninguém diz isso e fica impune! Mesmo que a punição seja responder da mesma forma.
A luz tênue tragava qualquer movimento e fazia disso um balé. Ah! Assim foi, atravessando todas as estações e climas, serpenteando montanhas e levantando poeira, criando partículas sobre o lençol de cores .
Já dedilhou um violão?